Imagempublicada– uma "auto"-fotografia publicada recentemente com a “plateia” de Mark Zuckerberg, leia-se
Facebook, durante a última edição da Mobile World Congress–todos devidamente
equipados com o Samsung Gear VR, alegremente (como são descritos em matéria
citada) ignorando tudo o que ocorria ao redor, incluindo a passagem do sujeito
ilustre. Estão todos sentados com ‘óculos de realidade virtual’ (Virtual
Reality) no rosto, com uma uniformidade de suas roupas (ternos¿), aparentando
serem na maioria do sexo masculino, recebendo uma ‘carga’ de informações sobre
essa ‘nova’ e descartável tecnologia de ponta. Todos se vestem de azul,
inclusive Zuckerberg, apenas com a diferença de que ele está de camiseta, calça
jeans e tênis (descubra qual é a marca, e compre um par igual, mesmo que
falsificado...). Fotografia difundida pelo Mark - I just joined Samsung to
launch their new Galaxy smartphones and talk about the future of virtual
reality.I told the... (Publicado por Mark Zuckerberg em Domingo, 21 de
fevereiro de 2016)
Há
uma naturalização de nossos tempos de “all by my SELFIES”: - NÃO SOU SE NÃO ME
CONECTO. NÃO ME CONECTO, PORTANTO NÃO SOU. SEM MEU SELFIE NÃO POSSO TER UM “SELF”? Todos
os meios midiatizáveis, até os in-possíveis, contribuem para esta “modernidade”
que nos faz querer apenas o ‘instantâneo’, mesmo que massificado e falso.
A
robotização de nossos corpos já é considerada “normal” e tem mais um filme
sobre nossas ‘pulsões’ (instintos¿) artificializadas. E vamos sorrir, pois o
golfinho, o poeta ou o touro indomável que aparecerá compondo meu autorretrato
pode já ter morrido, ou então é mortal, no seu duplo sentido.
Em
artigo com o título: Em um futuro de
tecnologias invisíveis, "offline" pode não ser mais uma opção, de
Carlos Ferreira, no CanalTech, encontrei uma pérola. Uma gritante preciosidade
da naturalização de nossos corpos defeituosos que virão a ser, um dia,
“perfeitos”. Seremos todos, como no filme, Ex Machinas. Eis o que se constrói
com pequenos e contínuos grãos de informação reificada. (ver a matéria completa
em link ao final deste texto)
Diz
o artigo: Talvez não seja arriscado dizer que uma tecnologia é tão boa quanto
mais facilmente ela puder se fazer invisível”. E o autor arremata: “-.
Em plena era digital – apesar do referido culto -, o que se vê é uma integração
cada vez maior entre o indivíduo e as inúmeras ferramentas do dia a dia. Mas
não apenas isso: conforme avançamos por este período orquestrado pela internet,
torna-se mais e mais evidente certa fusão entre o universo virtual e o físico.
Senão, basta andar pelas ruas: deve demorar bem pouco para que o primeiro
sujeito corcunda apareça, andando decidido enquanto envia mensagens no
WhatsApp, se guia pelo GPS ou dá lances em leilões online. E isso deve ser
apenas o começo”...
Foi
aí que me lembrei de Quasímodo (o quase perfeito), aprisionado e isolado do
mundo no alto da catedral Notre Dame. E imaginei o que o autor pretendia com a
palavra ‘’sujeito corcunda’’. Seríamos e seremos, em futuro próximo, todos
neo-quasímodos¿
E
por que nesse mundo integrado das máquinas e de nossos corpos estaríamos todos
“tortos”, “defeituosos”, e “dobrados “¿ Será porque nos des/dobramos para
caminhar entre nossos semelhantes, curvados sobre os smartphones¿ ou o peso
simbólico que nos conectaria ao mundo internéticoglobal seria mais forte que
nossas colunas de sustentação sapiens¿
Não
tenho essas respostas, embora as deseje. Nossos tempos de velocidade e
hiperconexão já foram uma preocupação para mim. Hoje, “naturalmente”, tenho de
re-conhecer como estou imbricado, implicado e transversalizado por todas essas
‘tecnologias’. Entretanto, para não me curvar ainda mais, já que meus parafusos
de titânio não me permitem, continuo buscando a postura mais poética,
micropolítica e crítica possível. Afinal não quero descobrir que sou apenas um
robô, uma ex_machina aperfeiçoada e cada dia mais in-sensível.
Nesse
campo das sensibilidades e dos afetos é que encontro meus antídotos. Nessas
buscas para além do que as novas ‘máquinas de escrever’ notebooks me
proporcionam. Nesses abusos que me permito nas buscas de ferramentas dentro das
buscas. Nas ultra/passagens e interrogações do que estamos a construir ou
destruir para nossos próprios ‘futuros’.
Não
consigo me desconectar, não tenho como. Acho que todos os ‘on line’ que
estiverem lendo este texto sabem o que digo. Somente os que estão ainda
considerados ‘off line’ (um grande número de habitantes do planeta, a sua
metade) é que não acessaram estas perguntas sem respostas. Já fiz parte de um
grupo que desejo um Livro Verde para a inclusão digital. Já acreditei que
poderíamos ampliar e melhorar todas as vidas, até as mais miseráveis, se distribuíssem
máquinas conectadas, mesmo que alimentadas por velhas mecânicas ou manivelas.
Hoje,
após ler o artigo e ver o filme, sou obrigado a voltar à interrogação do texto
que escrevi em 2012: seremos no futuro, todos ciborgues¿ ou já nos tornaram um
pouco mais que isso: trans humanos que se auto iludem sobre os seus poderes,
mesmo que os falsos “micro poderes”. Os micros poderes que não são atos de micropolítica.
São apenas ‘propaganda’ e identificação projetiva banal...
Aqueles que nos fazem difundir e ampliar a
alienação e a vontade de micro fascistação do viver. Os mesmos que, ao negarmos
nossas historicidades, propagam, imediatamente, quaisquer agressões,
homofobias, racismos, misoginias, neo-fascismos e apologias da violência
militarizada do viver. TUDO QUE ESTÁ NA INTERNET É FATO, mesmo que uma
in-verdade, E NÃO FACTÓIDE!
Em
tempos de microcefalias, que não devem ser ‘exterminadas’ e contágios de vírus
que tenham também a função do barrar os contatos, se faz urgente uma reflexão
sobre o quanto agora estamos, para além do domínio do medo, impregnados e sob o
domínio das ‘teletelas’. E que George Orwell me autorize a cópia in-de-vida.
BEM
VINDOS ao mundo do “exército de alienados” virtuais, Zuckerberianos ou
verdeamarelistas, que se dobram, inconscientes e desejantes, ao convite ‘quase’
erótico das Ex Machinas que desejam nosso controle.
Descubram
os mais da contramão, sem serem neo-luditas, na foto, que sempre há alguém que
olha para trás, mesmo quando nos dizem que o passado nada tem a nos mostrar ou
ensinar.
Copyright/left
jorgemárciopereiradeandrade 2016-ad
infinitum (favor citar as fontes e o autor em republicações ‘livres’ pela
Internet ou quaisquer meios de mídia e comunicação sobre e para as massas)
FONTE – Matéria citada completa:
(O conteúdo
do Canaltech é protegido sob a licença Creative Commons (CC BY-NC-ND). Você
pode reproduzi-lo, desde que insira créditos COM O LINK para o conteúdo
original e não faça uso comercial de nossa produção.)
Foto de Mark Zuckerberg
na MWC 2016 pode dizer muito sobre nosso futuro http://www.tecmundo.com.br/mark-zuckerberg/100968-foto-mark-zuckerberg-mwc-2016-dizer-nosso-futuro.htm
Mais da metade da
população mundial segue sem acesso à Internet http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=40681&sid=14
Para ler e
interrogar sobre o QI - Intelligent people have one thing in common https://www.ideapod.com/idea/Intelligent-people-have-one-thing-in-common/557678ba0a70e37c2f2d5277 (O ‘mundo’ já saberá em breve quantas
horas estamos a=cor=dados ou já o sabe¿)
Sci-fi dreaming to desk-side vacations: The evolution of Virtual Tourism (A VIDA VIRTUAL) http://mashable.com/2016/04/02/virtual-tourism-evolution-brandspeak/?utm_cid=p-LV-tw-bc#pGgAj_5KYPq
Óculos do Facebook é acusado de passar informações dos usuários para empresas http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/-culos-do-facebook-e-acusado-de-passar-informacoes-de-usuarios-para-empresas/56965
Sci-fi dreaming to desk-side vacations: The evolution of Virtual Tourism (A VIDA VIRTUAL) http://mashable.com/2016/04/02/virtual-tourism-evolution-brandspeak/?utm_cid=p-LV-tw-bc#pGgAj_5KYPq
Óculos do Facebook é acusado de passar informações dos usuários para empresas http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/-culos-do-facebook-e-acusado-de-passar-informacoes-de-usuarios-para-empresas/56965
(Ex Machina
(estilizado como EX_MACHINA) é um filme britânico de 2015 de ficção científica
e suspense sobre um andróide com inteligência artificial. Foi escrito e
dirigido pelo autor e roteirista Alex Garland, tendo sido a sua estreia como
diretor. O filme foi protagonizado por Domhnall Gleeson, Alicia Vikander e
Oscar Isaac, segundo - https://pt.wikipedia.org/wiki/Ex_Machina_(filme)
LEIA TAMBÉM NO BLOG –
SEREMOS, NO FUTURO, CIBORGUES? PARA
ALÉM DE NOSSAS DEFICIÊNCIAS HUMANAS http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/02/seremos-no-futuro-ciborgues-para-alem.html
ROBÔS, POLÍTICA E DEFICIÊNCIA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/07/robos-politica-e-deficiencia.html
AS SELEÇÕES: OS ESTÁDIOS, OS
PARADIGMAS E UM NOVO GAME http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/06/as-selecoes-os-estadios-os-paradigmas-e.html
RACISMOS, BARBÁRIES, FUTEBOL... ONDE
ENTRECRUZAM AS VIOLÊNCIAS SOCIAIS? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2014/05/racismos-barbaries-futebol-onde.html
MOVIMENTOS, MASSAS, MANIFESTOS E
HISTÓRIA: POR UMA MICROPOLÍTICA AMOROSA, URGENTE. http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/06/movimentos-massas-manifestos-e-historia.html
Confesso que esse artigo deu um nó na minha cabeça, não que eu não tenha entendido, mas simplesmente não havia parado pra pensar no assunto.Já que vc tocou no assunto, fico imaginando como será esse futuro que deixaremos para os nossos filhos e netos??? Algo mais terrível que isso, é terrível sim, pois já estamos isolados do que nos cerca, isto é familia, amigos, e o amor que nos é tão necessário para se viver. Um Parabéns especial pra quem está longe disso, com sua vida simples e o amor imperando...
ResponderExcluirdesistir do whatsap e instagram pra começar pois estava vivendo num mundo paralelo, deixando de curtir as pessoas reais pra viver, postando e comentando postagens, tem uma pressão que vc precisa está sempre online...terrível, fico com medo desse futuro. valeu a leitura.
ResponderExcluirComo sempre, você traz questões instigantes, que nos faz refletir...Até onde iremos neste mundo de conexões? Creio no tempo sem volta, muito ainda está por vir..mas me preocupo com esta falta de "controle" que temos em lidar com tudo isso sem prejuízos de nossas relações..Re-pensar, refletir, re-contruir comportamentos que nos leve a críticas e atitudes humanas,solidárias para não nos "perdermos" na imensidão das conexões e virtualidades apenas...
ResponderExcluirRe-pensar-nos...
ResponderExcluirÓculos do Facebook é acusado de passar informações de usuários para empresas http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/-culos-do-facebook-e-acusado-de-passar-informacoes-de-usuarios-para-empresas/56965
ResponderExcluirParabéns pelo brilhantismo de como conduz as matérias publicadas!
ResponderExcluirEu particularmente acho que a era digital nos possibilitou um mundo de informações e aprendizados, mas, infelizmente, cada vez menos temos contatos com o mundo ao nosso redor!
Estive em um consultório para uma consulta de rotina e pude reparar que,cem por centos das pessoas que estavam ali, possuíam aparelhos ligados em redes sociais. Haja vista que alguns anos atrás tínhamos uma interação dentro de consultórios médicos como em outros locais públicos, fazíamos amizades e enfim!
Estamos realmente nos tornando robôs da era digital, parabéns Jorge, passamos a refletir sobre a questão aqui abordada!
O texto é de 2016 e o futuro chegou. Assim mesmo como você analisou que pudesse acontecer. Confesso que não estou ansiosa pelo fim.
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