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terça-feira, 7 de agosto de 2012

EM BUSCA DE UM CORPO “PERFEITO” PERDIDO, no tempo das Olimpíadas...


Imagem Publicada – A foto colorida da AFP publicada com Oscar Pistorius, um atleta sul-africano que com suas pernas substituindo sua dupla amputação sai na pista em busca de participar das finais da corrida de 400 metros nas Olimpíadas de Londres (2012). Pistorius teve que amputar as duas pernas abaixo do joelho aos 11 meses de idade devido à ausência congênita de fíbula em ambas as pernas e por isso corre com próteses de lâminas de carbono. (Autoria da foto – Olivier Morin) -
PS-  em julho de 2016 ele foi condenado a 06 anos de prisão por matar sua namorada Reeva Steemkamp na África do Sul)

Este texto estava em "fermentação emocional" desde o início das Olimpíadas... Um corpo insone não significa um corpo sem sonhos.

CITIUS, ALTIUS, FORTIUS. Eis o lema olímpico da época de sua primeira realização pelo Barão de Coubertin. O lema representa a retomada, quase renascentista, de um ideal para o corpo humano? Sim, de forma helênica e através do latim procurava-se: sermos cada vez MAIS VELOZES, MAIS ALTOS (ou MAIS LONGE) E MAIS FORTES...

Tenho assistido, após alguns tempos de imobilidade para a árdua e solitária tentativa de escrever, as múltiplas apresentações televisivas de nossos desejos “áureos” do pódio. Queremos, torcemos, vibramos e nos emocionamos na busca do Ouro Olímpico e nos transportamos para o reinado dos estádios e das suas multidões.

Também vivenciamos outras vitórias. Mas essas ficam menos visíveis nos tempos da Sociedade do Espetáculo em HD. Não nos sensibilizamos com outras disputas que não as que tenham alguma bandeira ou hino a ser comemorado. Ufanistas e patrióticos desejamos, e eu também desejo, ver nossos atletas vencendo as disputas por medalhas.

Já fui, embora hoje nem pareça mais, após as “imobilizações e deficiências que adquiri” a que fui submetido, um “atleta”. Há muitos, muitos anos eu corria lá no interior fluminense. Eram meus tempos da ditadura. Eu apenas estudante de medicina, mas também um sonhador com um corpo atlético e veloz. Eu fazia parte de um sonho de ganhar medalhas. Corria numa prova em especial: os 400 metros do atletismo, mas também fazia o heptatlo.

Essa prova é uma das que mais exigem um ideal de superação corporal. É nela também que podemos incluir os ideais, a semelhança da Maratona, de um corpo que suporte a dor, o cansaço, a fadiga muscular e a perda do fôlego vital. Temos como diziam nas corridas que participei de “correr como os cavalos”. Só que nessas provas de superação quase sempre alguém tem de ficar em último lugar.

Nessa Olimpíada de Londres tele assisti a maior demonstração de humildade e reconhecimento. Por coincidência, talvez, ocorreu também na prova dos 400 metros. Nela Oscar Pistorius teve a sua participação e foi o último a chegar. Com suas pernas high tech, substitutas das que consideramos as “normais ou perfeitas”, participou das semifinais dos 400. E devido a elas foi apenas mais um perdedor?

Um acontecimento, logo em seguida, nos respondeu pelos aplausos da multidão: Não, não é um "retardatário". Um ganhador de prêmios, que não é biamputado, lhe pediu gentilmente que lhe desse o número pregado na sua camiseta. Era o corredor de Granada, Kirani James, que fez o maior gesto de reconhecimento a este atleta paralímpico que persiste em correr junto aos que são considerados, como Osain Bolt, os "olímpicos", como os deuses perfeitos das/nas pistas.

Como atletas de um mundo que supervaloriza a nossa corporeidade com perfeição, como modelos para nossa subjetivação, caminhamos em direção ao rompimento de nossos próprios recordes. Tendemos a nos tornar trans-humanos? Não basta que sejamos super?

Somos, como Pistorius, comparados aos androides futuristas de Blade Runner? Este magnífico e intenso filme que nos propõe, através de seu diretor Ridley Scott que possamos, a meu ver, viver uma sincera e preventiva reflexão ética com uma ficção científica. Destruiremos e caçaremos qualquer forma de vida diferente, mataremos como outro Holmes, o James, qualquer um que não seja um Coringa ou Cavaleiro das Trevas?

Seremos, no futuro, mais que ciborgues, apenas “replicantes”? Talvez sim, pois o filme foi considerado, pela Biblioteca do Congresso (USA) como sendo "culturalmente, historicamente ou esteticamente significante" (1993). O detalhe é que os replicantes são criados geneticamente à semelhança integral dos seus caçadores. O detalhe é que são banidos e expulsos do Paraíso futurista. Tornam-se robôs, como a personagem feminina (Rachael) capazes de, tornando-se humanamente sensíveis, nos apaixonar.

Estes robôs orgânicos não são mais o futuro. Eles já existem no aqui e agora. Recente matéria televisiva nos mostrava um comediante japonês sendo “substituído” por uma cópia androide mais que perfeita. O artista que fazia rir agora velho estava completamente renovado no palco.

Esta também é a ideia de novos blade runners? Nas Olimpíadas do Rio teremos novos corpos admiráveis, que nos causam inveja e sensação de superenvelhecimento, nos desafiando ao desejo de um corpo perfeito que foi perdido no tempo? Que dopings, não detectáveis, teremos de usar para que nossos corpos tornem-se passíveis do endeusamento?

O corpo continua sendo nosso maior ego. O corpo também é o herdeiro de uma estigmatização e exclusão quando visto ou apresentado como deficiente. O corpo ainda é nossa maior oficina da moralização e do preconceito. Nestes tempos olímpicos faz-se necessária uma re-visão de sua desapropriação e exaltação.

Uma fonte rica para esta reflexão nos é proporcionada pela leitura de Richard Sennet. Este amigo sincero de Foucault nos provoca com a reflexão sobre o que aprendemos, historicamente, de repressão e de docilização de nossos corpos e vidas nuas. Em seu texto Carne e Pedra, nessa relação de nossos corpos físicos com a pólis, ele nos diz: “As imagens idealizadas do corpo que regem nossa sociedade nos impede concebê-lo fora do Paraíso...”.

Dele, segundo a visão cristianizada e ocidental, embora expulsos do Olimpo ainda poderemos tentar chegar a semideuses, com as nossas formas globalizadas de disputar quem é o melhor, o mais rico, o mais forte, enfim, o mais poderoso.

O ideal Citius, Altius, Fortius não passa, então, a representar quem mais tem recursos para o esporte ou quem tem mais força e poder no atual hipercapitalismo? O que não podemos esquecer que mesmos os mais “subdesenvolvidos” acabam surpreendendo os que se consideram donos cativos do primeiro lugar.

Acabamos de ver que, individualmente, ainda temos muitos desconhecidos que se tornaram, miticamente, nossos próximos heróis. Porém se tomarmos cuidado não lhes exigiremos que se tornem mais-que-perfeitos, obsessiva e paranoicamente os nossos maiores campeões do Futuro.

Vamos encher nossos estádios novamente? Esperamos que sim, mas também vamos ter que reaver todo o nosso investimento de milhares de desconhecidos que levantaram as pedras de nossas novas e faraônicas obras. Os zés-ninguéns que também precisaram vencer algumas competições para entregar a tempo toda a infraestrutura de nossa Copa e nossa Olimpíada.

Estes corpos trabalhadores, outra massa, também preparam e participam dessas reconstruções de Maracanãs espalhados em nossa Terra Brasilis. Uma pátria, um país, uma nação onde muitas outras obras, que enterram muitas corrupções, estão e estarão necessitadas de nossa atenção e reconhecimento. Estes nossos corpos/maioria, desde os egípcios e gregos, compõem os que podem ser considerados escravos, portanto vidas nuas e matáveis. São, foram e serão sempre a base de sustentação e criação das pirâmides...

Há um mito, talvez mais que realidade, que diz que a Ponte Rio-Niterói, construída em tempos de Ditadura militar, tem em suas bases, pilastras e alicerces de cimento muitos corpos operários. Que nome tem essa ponte que não é como a Bioética pensada para o futuro?

Portanto, por mais que me envolva com o meu próprio entorpecimento pelas imagens contagiantes dos olímpicos e das multidões, sabendo que heróis e heroínas são apenas mortais, tenho de aprender, com o meu próprio momento, que a corrida Pela Vida é ainda mais importante do que a que me torna apenas um fugaz rompedor dos seus recordes.

Mesmo assim dou parabéns aos nossos poucos atletas vestidos de amarelo e ouro, seu esforço para vencer a dor, saltando, correndo, ou pendurados nas argolas, me reforça o aprendizado que recusamos a reconhecer esta experiência como inevitável e insuperável.

Nunca ganharemos essa corrida, esse jogo ou essa disputa. A dor faz parte desse prazer de sermos apenas, demasiadamente, humanos. E, eu, você e todos (as) nós continuaremos em busca de um corpo perfeito perdido no tempo.

E vem aí a Paralimpíada de Londres, em 20 de agosto, que perdeu o O das Olimpíadas. A nossa Sociedade dos Espetáculos irá midiatizá-la com a mesma força, velocidade e intensidade? Com certeza Pistorius não estará por lá, mas muitas medalhas de ouro, como em 2008, nos colocarão em outro patamar nessa visão, para além dos Brics, no mundo globalizado.

Paralimpíada é apenas a contração terminológica de “Paraplegia” e “Olimpíada”?

 Se o for tenho certeza de que, esperando estar vivo e ativo, ainda não sei verei outros atletas paralímpicos, do atletismo nacional e internacional, correndo em meu/nosso nome nos 400, ou outras provas difíceis, do Rio 2016, ou seja, apenas como um corpo pleno de intensidades e desejo, e não um corpo mutilado e “deficiente”. Um corpo olímpico... e possivelmente junto a outros não menos ou mais ciborgues.

Copyright/left jorgemarciopereiradeandrade 2012/2013 (favor citar o autor e as fontes em republicações livres pela Internet ou outros meios de comunicação de massas - TODOS DIREITOS RESERVADOS 2025)


Notícias na Internet–

Primeiro biamputado nas Olimpíadas, "Blade Runner" Pistorius é eliminado na semi dos 400 m 
https://olimpiadas.uol.com.br/noticias/redacao/2012/08/05/primeiro-biamputado-nas-olimpiadas-blade-runner-pistorius-e-eliminado-na-semi-dos-400-m.htm

Biamputado, Oscar Pistorius realiza sonho olímpico 
http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/esportes/noticias/biamputado-pistorius-finalmente-realiza-sonho-olimpico-e-estreia-nos-400m

Audiência discutirá supervalorização da medalha de ouro nas Olimpíadas 
https://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/ESPORTES/423469-AUDIENCIA-DISCUTIRA-SUPERVALORIZACAO-DA-MEDALHA-DE-OURO-NAS-OLIMPIADAS.html

Londres 2012: A fábrica de atletas da China https://rederecord.r7.com/londres-2012/noticias/londres-2012-a-fabrica-de-atletas-da-china/

Comediante famoso tem encontro com um androide feito à sua imagem no Japão https://globotv.globo.com/globo-news/pelo-mundo/v/comediante-famoso-tem-encontro-com-um-androide-feito-a-sua-imagem-no-japao/2073483/

Jogos Paralímpicos http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_Paral%C3%ADmpicos RIO 2016 - https://www.rio2016.org/ (Teremos sua Abertura Solene concomitante às Paralimpíadas?)

Oscar Pistorius é condenado a 06 anos de prisão por matar sua namorada (matéria publicada em agosto de 2016) https://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/07/oscar-pistorius-e-condenado-6-anos-de-prisao-por-matar-ex-namorada.html

LEITURAS INDICADAS -  

 CONTRA A PERFEIÇÃO - Michael J. Sandel - Ed. Civilização Brasileira, RJ.


CARNE E PEDRA – O Corpo e a Cidade na Civilização Ocidental – Richard Sennett, Editora Best Bolso, Rio de Janeiro, RJ, 2008.

Filme citado –BLADE RUNNERhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Blade_Runner

LEIA TAMBÉM NESSE BLOG

AS SELEÇÕES: OS ESTÁDIOS, OS PARADIGMAS E UM NOVO GAME 
https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/06/as-selecoes-os-estadios-os-paradigmas-e.html

ROBÔS, POLÍTICA E DEFICIÊNCIA. 
https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/07/robos-politica-e-deficiencia.html

MURDERBALL: QUANDO AS CADEIRAS DE RODAS SE CHOCAM... EM NÓS https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/06/murderball-quando-as-cadeirasde-rodas.html

DEMOLINDO PRECONCEITOS, RE-CONHECENDO A INTOLERÂNCIA E A DESINFORMAÇÃO
https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/06/demolindo-preconceitos-re-conhecendo.html

quinta-feira, 17 de junho de 2010

MURDERBALL : QUANDO AS CADEIRAS DE RODAS SE CHOCAM... EM NÓS


Imagem publicada - cartaz do filme "Murderball, Paixão e Glória", indicado para o Oscar de melhor documentário em 2006,  tendo como protagonista principal Mark Zupan, um jovem norte americano  paraplégico em sua cadeira de rodas especial, com a bola deste jogo, que é o rugby em cadeiras de rodas. Hoje um esporte paralímpico, e que faz parte do documentário como um dos seus principais protagonistas nesse jogo, revelando ao mundo de pessoas não deficientes as potencialidades e habilidades imensas de quem aprende a superar quaisquer barreiras ou preconceitos. E quebra os modelos de heroísmo ou vilões que sempre foram impostos às pessoas com deficiência.

Eu confirmo que tenho um prazer enorme em assistir a documentários, e sei que muitos não gostam de seu estímulo realista e, muitas vezes,chocante.

Há alguns que conseguem além de chocar nos clamar por uma reflexão, para além do lugar de meros espectadores. Porém se chocar nossas consciências que se encontram adormecidas , no momento, pelos muitos meios de comunicação de massa voltados para um único esporte global: o futebol, já conseguirá nos lembrar de outras singularidades. Em tempos reality shows, convido aos meus leitores a nos chocarmos, em cadeiras de rodas, com um documentário onde há intensidade, afeto, agressividade, amizade e sexualidade em corpos ditos deficientes.

Vi um documentário de 2005, muito comentado no Festival de Sundance: Murderball, onde empolgou o público, ao conquistar mais este prêmio. É um documentário sobre a vida e as muitas emoções vivenciadas por jovens atletas de Rugby sobre cadeiras de rodas. O filme traz as disputas baseadas no mundo dos paraplégicos paraolímpicos e suas muitas 'humanidades', algumas por deficiências adquiridas na adolescência e outras vividas desde a infância.

Tive muitas sensações com este documentário devido à minha atual identificação projetiva com a perda de mobilidade, assim como com as mudanças que isso exerce no nosso inconsciente e no corpo. Pude ver como estes atletas utilizam suas cadeiras de rodas e seu próprios corpos para se manterem buscando outro sentido para suas vidas, para além de suas perdas. Eles demonstram as suas fragilidades também, mas se tornam mais fortes pelo sentido de grupalidade e amizade que seus times de rúgbi acabam gerando.

Murderball é o nome original de um esporte de contato, de 'full contact', ou seja os atletas devem se esforçar ao máximo para agressivamente derrubar outros oponentes, pela posse da bola em jogo. Hoje é chamado de 'quad rugby' e o documentário nos mostra duas equipes, uma norte-americana e outra canadense, disputando arduamente o caminho para as Paraolimpíadas de 2004 na Grécia.

Há um protagonista do documentário que nos afeta por sua determinação e desejo de vida, pois em seu acidente, após intensa embriaguez alcoólica e ficar por 13 horas aguardando socorro, nos fala da necessidade de resistir e de transmitir ao máximo esta determinação de sobreviver, vencer e ultrapassar barreiras. Ele tem um amigo que estava com ele no acidente, que é importante por sua revelação de como muitos se sentem diante de alguém com uma deficiência: com uma culpa mais imobilizante do que uma cadeira de rodas.

O tema da sexualidade&deficiências já está em evidência em nossos recentes lançamentos de livros, ou nos debates como o que virá sobre AIDS e deficiência, com um seminário sobre o tema, ver indicações abaixo. Este tema é uma das transversalidades em Murderball. Não há nem glamour nem mistificação, com uma abordagem simples e até didática, como a exibição do reaprendizado do autoerotismo e da busca de um novo olhar sobre o próprio corpo de quem está em cadeiras de rodas. Há momentos de humor e total descontração nessa visão do que algumas mulheres perguntam aos cadeirantes logo nos primeiros contatos.

Em tempos de futebol global, para este fim de semana verde-amarelo, com muitas surpresas a vivenciar, recomendo uma pausa para a reflexão sobre o mundo do 'para-desportos', assistam Murderball, a bola assassina de nossos corpos e mentes anestesiados... Pois, como diz um dos paraplégicos: - "não tem nada a ver com Olimpiadas Especiais..", que ainda, no processo de mudança de paradigmas, se destina aos que são considerados "deficientes intelectuais (mentais)", que podem e deverão ser parte ainda das "Olimpíadas", rompendo, no futuro, com o modelo idealizado de jogos de competição e liderança apenas para os corpos e mentes perfeitos e válidos.

Aí, possivelmente, teremos a ruptura e a mudança de um paradigma segregante e excludente, dentro e fora, dos campos, das quadras, das piscinas ou das pistas de atletismo, como Jesse Owens o fez em 1938 ao ganhar medalhas de ouro dentro de uma pista de atletismo cheia de suásticas nazistas.

Este atleta norteamericano e negro, obrigou a Hitler se curvar diante de uma realidade, qual um documentário, que rompeu com o ideal de homem ariano do nacional-socialismo. Mas mesmo medalhista de ouro ele não foi cumprimentado, na volta a seu país, os Estados Unidos, por seu presidente cadeirante, Franklin Delano Rossevelt.

Ele ainda continuava sendo segregado, incluído na ideia de raça. Ele, embora tornado um herói do Olimpo, compunham uma massa humana "diferente", sim como os outros negros do Alabama, que permaneciam como vidas nuas e cobaias para uma experiência grotesca  serem mantidos com sífilis não tradada para uma pesquisa científica sobre a evolução da doença. Estes tempos dos anos 30 duraram até os anos 70, quando o Estudo Tuskegee sobre sífilis ( 1932 - 1972) foi denunciado na mídia. Eis a encruzilhada entre a biopolítica, o biopoder e a bioética em todos os seus campos ou quadras.

Murderball, nascido nos anos 70 como um jogo agressivo e violento, onde cadeiras de rodas feitas especialmente para se chocarem, tornou-se o rugby em cadeiras de rodas das Paralimpíadas. Nossos outros jogos do Olimpo, se nos tornarem menos semi-deuses, em busca da nova suavidade até no choque entre nossas "cadeiras imóveis das emoções e das paixões", hoje e no futuro, talvez se choquem com nossos pre-conceitos. Murderball é uma boa opção para quem quiser reflexão, emoção, esporte e desejo de mudança de paradigmas, não sendo apenas mais um documentário sobre pessoas com deficiência física.

copyright jorgemarciopereiradeandrade 2010-2011 (favor citar a fonte e o autores, assim como obras citadas abaixo em republicação e difusãos livre pela Internet ou outros meios de comunicação)

DOCUMENTÁRIO - MURDERBALL (paixão e glória) - 
Direção:Henry Alex Rubin e Dana Adam Shapiro 2005 (EUA)
http://cinema2007.wordpress.com/2007/04/26/murderball-paixao-e-gloria/

Indicações de leitura :

Na Minha Cadeira ou na Sua? - Juliana Carvalho
http://www.deficientefisico.com/critica-do-livro-na-minha-cadeira-ou-na-tua/
Ética na Pesquisa - experiência de treinamento em países sul-africanos - Débora Diniz, Dirce Guillem, Ude Schuklenk (Eds.) - Letras Vivas & UNB - Brasília, 2005. (pág.76)

Seminário: “Ações e reflexões sobre Aids e deficiência: diferentes vozes” - 23 e 24 de junho de 2011 As inscrições devem ser feitas até 18 de junho, no site da APAE SP: www.apaesp.org.br

JESSE OWENS ( http://www.museudosesportes.com.br/noticia.php?id=11236 )

LEIA TAMBÉM NO MEU BLOG INFOATIVO.DEFNET - 
EM BUSCA DE UM CORPO "PERFEITO" PERDIDO, no tempo das Olimpíadas...   http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/08/em-busca-de-um-corpo-perfeito-perdido.html (onde falo de Oscar Pistorius, hoje em situação de desgraça e que não estará mais nessa busca, nesse frenesi da "perfeição", revelando-se apenas Humano, demasiadamente humano..., comentário acrescentado em 19/02/2013)