Imagem Publicada - uma foto em Preto e Branco de Martin Luther King Jr, o homem negro e ativista de direitos civis, um norte americano que não retornou à África, conforme o desejo de seu presidente Abraham Lincoln, mas afirmou " Eu tenho um sonho..." ( I have a dream) e morreu em 04 de abril de 1968, em Memphis, assassinado... mas deixou o caminho aberto que culminou na presidência dos EUA, agora com um negro.
Foi também perseguido e difamado, como tentativa de apagá-lo da História.
" Vós e nós somos raças diferentes. Existe entre ambas uma diferença maior do que aquela que separa quaisquer outras duas raças. Pouco importa se isto é verdadeiro ou falso, mas certo é que esta diferença física é uma grande desvantagem mútua, pois penso que muitos de vós sofrem enormemente ao viver entre nós, ao passo que os nossos sofrem com a vossa presença..."
Segundo o ofendido, entre as agressões verbais, ela o teria chamado de “ladrão”, manifestando preconceito racial por declarar que ele deveria voltar para a senzala. E essa afirmação eu já a conhecia muito bem. A minha condição de afrodescendente me chamava para um protesto, para um manifesto e para um alívio de minhas dores. Nasceu e começou assim a história de libertação da dor, como uma chibata, com o blog Infoativo.DefNet.
A idéia de raça, portanto, é uma ótima oportunidade para a segregação e para o exercício de "narciscismos das pequenas diferenças", como bem já o demonstrou Freud. É na idéia de que o Outro tem algum atributo, hiper qualificado ou totalmente desqualificado, que o colocamos como "sangue ruim", maléfico e contagiante. O outro passa a ser a encarnação do Mal. E muita gente, em especial alguns políticos neo-liberais, recentemente procuraram se associar à imagem de serem os "homens do Bem".
O Outro, na Idade Mídia, passa a ser visto como o ‘mal’, pois é radicalmente uma invenção maléfica, como o disse Frederick Jameson: “o mal é caracterizado por qualquer coisa que seja radicalmente diferente de mim, qualquer coisa que, em virtude precisamente dessa diferença, pareça constituir uma ameaça real e urgente a minha própria existência....” ,
Assim sendo podemos localizar os “bárbaros” fora de nossa sacrossanta e pura imagem de nós mesmos, afinal ‘malvados’ sempre serão os outros, que podem ser tanto um índio, um morador de rua, um doente mental, um favelado, um deficiente intelectual ou alguém que é estranho ou fala uma outra língua.
E, para lembrar Zumbi e sua potência a comemorar, apenas um "negro"... E aí nascem um dos mais persistentes modos de excluir e de estigmatizar esses outros de coloração epidérmica diferenciada. Nascem e renascem, de modo sútil, no reino da democracia étnico racial do Brasil, os novos racismos.
AOS VISITANTES, LEITORES, COMENTARISTAS, COLABORADORES E SEGUIDORES DO BLOG INFOATIVO.DEFNET ENVIO HOJE MEU AGRADECIMENTO E UM DOCE ABRAÇO PELOS MAIS DE 15.000 ACESSOS AO BLOG. E TODOS E TODAS CONVOCO PARA UMA REFLEXÃO SOBRE NOSSOS MAIS ÍNTIMOS E RECÔNDITOS PRECONCEITOS, POIS "NÃO PENDEMOS INTEIRAMENTE PARA O LADO DOS ANJOS"...
NÃO PRECISAMOS COMPROVAR, CONFORME A DECISÃO DO TJMG, A PRESENÇA DA DISCRIMINAÇÃO E DA SEGREGAÇÃO, MUITO MENOS O DESEJO DE ALGUNS DA PERMANÊNCIA DA ESCRAVIDÃO, DO TRABALHO ESCRAVO E DA DESFILIAÇÃO SOCIAL PARA HOMENS, MULHERES, CRIANÇAS, IDOSOS, QUE TENHAM SIDO CLASSIFICADOS OU DE PARDOS OU DE NEGROS NO ÚLTIMO RECENSEAMENTO DO IBGE. O CENSO DIRÁ, OS NÚMEROS AINDA CONFIRMARÃO...
Por isso ainda precisamos nos lembrar de ZUMBI DOS PALMARES... Resistir é preciso, viver é im-preciso. Se me perguntarem qual é a minha raça, sabendo-me apenas humano, demasiadamente humano, responderei: NADA A DECLARAR, como aquele histórico personagem dos anos de chumbo da Ditadura no Brasil, pois já me reconheci em meu NEGRUME. E dele, poeticamente, me apropriei... como Frantz Fanon e Beatriz Nascimento. E, no meu âmago, não preciso explicar que, continuarei de muitas e múltiplas cores, dores, amores, odores e dissabores, tentando vencer meus próprios preconceitos.
copyright jorgemarciopereiradeandrade (favor citar as fontes e autores em reproduções livres pela internet ou meios de comunicação de massa)
INDICAÇÕES PARA LEITURA:
A IDÉIA DE RAÇA - Michael Banton, Edições 70, Lisboa, Portugal, 1977
O RACISMO EXPLICADO A MINHA FILHA - Tahar Ben Jelloun, Ed. Via Lettera, São Paulo, SP, 2000.
*SOBRE A LIBÉRIA - http://pt.wikipedia.org/wiki/Lib%C3%A9ria
ATITUDE RACISTA DEVE SER COMPROVADA
http://infoativodefnet.blogspot.com/search/label/Racismo
COMO FAZER A CABEÇA COM BEATRIZ NASCIMENTO
https://infoativodefnet.blogspot.com/search/label/Beatriz%20Nascimento
NA NOITE GLOBAL TODOS OS SERES TORNAM-SE PARDOS http://infoativodefnet.blogspot.com/search/label/Frantz%20Fanon
MARTIN LUTHER KING Jr.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King_Jr.
vídeo - I HAVE A DREAM - http://www.history.com/videos/martin-luther-king-jr-i-have-a-dream
LEIA TAMBÉM NO BLOG -
RACISMO, HOMOFOBIA, LOUCURA E NEGAÇÃO DAS DIFERENÇAS: AS FLORES DE MAIO https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/05/racismo-homofobia-loucura-e-negacao-das.html
RACISMOS, NEGRITUDES E INTOLERÂNCIAS, CONSCIÊNCIA PARÁ QUÊ? https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2014/11/racismos-negritudes-e-intolerancias.html
RAÇA, RACISMO E IDEOLOGIA: ZUMBI ERA UM VÂNDALO, UM BLACK O QUÊ?
https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/11/raca-racismo-e-ideologia-zumbi-era-um.html
Parabéns Jorge pela ótima postagem!
ResponderExcluirBjs.
CARA FÁTIMA
ResponderExcluirObrigado pela leitura e solicito a difusão do texto para que todas as formas de intolerância e discriminação étnico-racial possam ser, um dia, erradicadas, e que muitos possam tomar contato com esta interrogação...um doceabraço jorge marcio
Muito lindo o texto.
ResponderExcluirEstamos com voce.
Bjus animais....
Caros amigos Marisa e Cristovão
ResponderExcluirAgradeço seu afeto solidário e, apesar da distância de Doha, tenho a certeza de seu sentimento contra toda forma de discriminação ou intolerância... um doceabraço Jorge
Defendo que se mude o nome do programa para "igualdade étnica", por que a outra raça humana que se tem notícia, que não é a do homo-sapiens, já foi extinta há muitos anos, o homem de Neanderthal. E, se descendemos todos da "Eva Africana", como poderia a sua descendência gerar raças diferentes? O que acha professor?
ResponderExcluirCARO SILVA LEMES
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e pela observação sobre a terminologia ideal a ser aplicada ao movimento de equiparação de oportunidades para os que foram escravizados e marginalizados no Brasil, da colônia aos dias de hoje, mas como pode observar trouxe a questão da IDEIA DE RAÇA para um livre questionamento público, pois que apesar de incorreto seu uso houve sua naturalização e consagrou-se, nacional e internacionalmente, o termo. Sim descendemos todos da Mamma Africa. Mas ainda temos de combater muitas formas de discriminação e de intolerâncias à Diferença, seja étnica, cultural, linguística, religiosa ou de formas de ser e estar no mundo. Façamos a nossa parte e continuemos lutando pela afirmação dos direitos humanos, e, portanto, lutando contra todas as formas de segregação ou "racismos"..., para além de todas as terminologias in-corretas.
um abraço com água mineral rica em afeto
jorge marcio
Leio pela segunda vez este texto e ele me suscita um turbilhão de emoções.Inclusive peguei um gancho dele para escrever sobre o Dia 20 lá no blog. Mas voltando ao seu texto, acho melhor nem começar a comentar senão não termino hoje...
ResponderExcluirCARA Turmalina preciosa
ResponderExcluirobrigado mais uma vez pela leitura e difusão de minhas idéias e textos, com nossos links afetivos sempre ativos e nossos desejos de um outro modo de ver, sentir, olhar, conhecer e re-conhecer o Outro e a Diferença... um doceabraço jorge
Falou Jorjão! Estás me devendo a bibliografia do pai Arnaldo, lutador, religioso e apaixonado por Cambuquira para que o coloque entre os personagens de nossa cidade.
ResponderExcluirAbraços,
Gilberto.
"...,...Resistir é preciso, viver é im-preciso. Se me perguntarem qual é a minha raça, sabendo-me apenas humano, demasiadamente humano, responderei: NADA A DECLARAR, como aquele histórico personagem dos anos de chumbo da Ditadura no Brasil, pois já me reconheci em meu NEGRUME. E dele, poeticamente, me apropriei... como Frantz Fanon e Beatriz Nascimento. E, no meu âmago, não preciso explicar que, continuarei de muitas e múltiplas cores, dores, amores, odores e dissabores, tentando vencer meus próprios preconceitos." Assim é!!!...
ResponderExcluir"...,...Resistir é preciso, viver é im-preciso. Se me perguntarem qual é a minha raça, sabendo-me apenas humano, demasiadamente humano, responderei: NADA A DECLARAR, como aquele histórico personagem dos anos de chumbo da Ditadura no Brasil, pois já me reconheci em meu NEGRUME. E dele, poeticamente, me apropriei... como Frantz Fanon e Beatriz Nascimento. E, no meu âmago, não preciso explicar que, continuarei de muitas e múltiplas cores, dores, amores, odores e dissabores, tentando vencer meus próprios preconceitos." Assim É Jorge!!! Assim É!!!...
ResponderExcluirSoy una hija de buena raça, como dizia meu avô, e só isto, basta!
ResponderExcluirQuando o planeta se vê infestado de todos os males que a (des)humanidade já presenciou, ainda se falar em "raça"? Somos as raças miscigenadas (por obra da natureza) desta nave que parece, hoje, sem rumo...
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