sábado, 1 de dezembro de 2018

A(s) DEFICIÊNCIA(s) É(são) UMA QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS!


Imagem publicada- um quadro que pintei há alguns anos atrás, acho que em 2015, marco histórico para nosso país, com uma pequena chama vermelha, à esquerda, saindo de uma grade pintada em azuis e brancos, com suposto aquém ou alguém lá aprisionado. Técnica acrílico sobre tela com espátulas. Pode ser que tenha que vende-lo em 2019 ou depois, dependendo da afirmação ou não de todos os nossos direitos humanos. 
Direitos fundamentais, não fundamentalistas, mas universalistas, chamados de utópicos, que na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, agora septuagenária, são apenas 30, mas hoje teríamos de ampliar para as questões bioéticas e para o futuro de nossas relações trans humanas com robôs, tecnologias, nanotecnologias, e tudo mais que nos surpreenderá, micro ou macro politicamente, ou não.
   
“Artigo final – Fica proibido o uso da palavra liberdade
A qual será suprimida dos dicionários
E do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
A liberdade será algo vivo e transparente
Como um fogo ou um rio,
Ou como a semente do trigo,
E a sua morada será sempre
O coração do Homem” 

(Estatutos do Homem, Thiago de Mello, Martins fontes, SP, 1980)

Não há como existirem direitos humanos em tempos de rarefação ou mistificação de todos os outros direitos. Não há como negar que, mais que nunca e antes, agora é a hora de defende-los com todas as forças que nos restarem. Anunciam-se suas distorções e violações.

Nova vivência de ficar sem ar, sem a vitalidade que é o verdadeiro fogo, seu antagonista, que nos pode também rarefazer. Rarefeitos, como fiquei nos últimos tempos, fisicamente, me faz ter essa urgência de retomar a escrita. O que lavrarei em palavras não poderão apagar, distorcer, falsificar ou, enfim, mesmo queimar. As palavras liberdade, assim como o ar, como disse o poeta, só são possíveis apenas para além dos ‘pântanos enganosos’.

Quando nos tornamos pessoas com deficiência, ou melhor com alguma das muitas formas do corpo estar e se sentir em uma das muitas que o são, se houver consciência crítica, nos tornamos também os que mais valorizam o sentido profundo e efêmero das liberdades.

Estamos, me pergunto olhando para o futuro, 'retro'cedendo' nos direitos humanos? E mais ainda na questão a ser respondida sobre eles e sua íntima e inseparável relação com a(s) deficiência(s). O que desejamos venha a ser e se tornar nossa defesa desses direitos? A insensatez de alguns, iludidos e/ou capturados, nos contaminará?

O retro-ceder implica, mesmo contra todas as vontades e desejos, o verbo e ação do ceder. Para muitos, nesses tempos temerosos e de velocidades de volta ao passado, pode significar o ter de entregar-se, render-se, subjugar-se. Mas como diz Butler, em sua análise de nossa relação com as teorias de sujeição, quando pensamos a vida psíquica do poder: ‘como forma de poder a sujeição é paradoxal. Uma das formas familiares angustiantes como se manifesta o poder está no fato de sermos dominados por um poder externo...”

Portanto, como indica a autora, que já teve até livros queimados no país, precisamos descobrir que, no entanto, que o que ‘nós’ somos (ou supomos que sejamos), devido às produções de subjetividades e à microfísica do poder, ‘que nossa própria formação como sujeito (s), de algum modo depende desse mesmo poder...’.

Essas produções de subjetividade, atualmente, a meu ver, estão sendo naturalizadas, quiçá desejadas por uma parte dos habitantes da Terra Brasilis. Me preocupa apenas é que os mais ‘submetidos’, já que o poder, nas suas visibilidades macropolíticas, não é apenas aquilo a que nos opomos ou temos de nos opor, sejam os grupos mais assujeitados e oprimidos.

Aqueles e aquelas que são chamados de minorias, mais ainda marginalizadas no campo desses poderes, passam a ficar como uma sombra obscura atrás do que muitos elegem como figura central dessa maquinaria. E os sujeitos, como pessoas com deficiência, negros, mulheres, homoeróticos e outros ‘marginais’, são todos colocados no mesmo saco sem fundo dos que não podem ter direitos humanos.

Historicamente, com certa exaustão, retomam o Monte Taygetos da sociedade espartana como memória da exclusão e da eliminação dos ‘incapacitados’ para a vida militarizada e belicosa desses gregos. Entretanto, após muitos anos, há 70 anos atrás, surgiu, do pós-guerra e das suas atrocidades, uma declaração que tentava reunir todos os direitos fundamentais dos corpos sacrificáveis, inúteis ou sem a condição de bios.

 Mas foram, ainda nesse período do século XX, que nós, corpos deficitários e anômalos, servimos de cobaias vivas para as câmaras de gás e os fornos crematórios nazifascistas, as ‘versuchen person’, como nos ensinou Agamben. Séculos depois, para além da Nau dos Insensatos, a Stultifera Navis de 1474, que já afirmava: “Ai dos justos quando os tolos sobem às alturas do poder...’, pois quando ‘’um néscio reina, logo consegue seduzir outros para o mesmo caminho’’, nas neo fascistações, nós, pessoas ditas ‘portadoras’ ou ‘deficientes’, esses ‘inválidos’ alimentaram, ainda alimentam, a concepção de vidas nuas e matáveis, agora descartáveis, por serem muito ‘onerosos’.

Alinho o nascimento histórico da Declaração Universal sobre os Direitos Humanos com a questão da(s) deficiência(s). Desde antes, mesmo depois dela, diria com R. Drake: “A sociedade está desenhada por e para pessoas SEM deficiência”. Por  mais que tenhamos avançado com o Universal Design, as Acessibilidades (das atitudinais até as culturais), as inclusões (como algumas exclusões em seu bojo), as afirmações legais, inclusive a ainda pouco respeitada Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto 6949/2009), ainda temos milhares aferrados às concepções mais ‘retrógradas’ e/ou submissas, tanto por fanatismos políticos como religiosos. Há os que ainda reproduzem a concepção vitimizada, reabilitadora ou do modelo biomédico da(s) deficiência(s).

No momento, dentro desse cenário, que foi motivo de outros escritos lá em 2013, a transversalidade dos direitos humanos como alicerces interdependentes para todas as liberdades, parece caminhar como os caranguejos. E, agitado, o 'oceano' de direitos seja tragado por suas próprias 'ondas'...

Já tenho rascunhados alguns pontos de interrogação, desde 2013, quando tive de estudar sobre os Colonialismos em nós, sobre os passados que retornam, naturalizados e banalizados nos ‘presentes’ efêmeros. Um campo nos imaginários sociais e nas práxis, principalmente em campos próximos como a Saúde Mental, que afirmam o retorno de velhas instituições que já teríamos demolido ou enfrentado.

Assim, seriam os remaquiados lugares de segregação, como as ‘internações’ de ‘pessoas especiais’, reclassificadas, desde as escolas, hospitais até os ‘campos de refugiados’. A suposta proteção do Estado passa ser uma farsa de inclusão e de captura de sujeitos sob eterna marginalização social, política e econômica. E os muros ou cercas, visíveis ou invisíveis, se tornam e retornam como solução final. A ‘inclusão’, então, por exemplo, é mais areia movediça e pântano que possíveis solos de direitos conquistados.

Nesse mundo que precisa também da afirmação dos Direitos Humanos de terceira geração (como os ambientais) o papel da discussão e do debate sobre o que são e serão as deficiências são imprescindíveis. Quando, tanto as Ciências e suas novas tecnologias, assim como os novos meios de mídia e suas alianças de poderes, entram na criação de ‘seres humanos sem defeitos’ ou mesmo novas ‘anomalias biopolíticas’, urge interrogar, novamente, sobre quais são as práticas e os discursos que implicariam em reais mudanças de paradigmas?

As bionormatizações estão e estarão ressurgindo? Que novos ‘Quasímodos’ (= iguais aos quase perfeitos) de séculos já passados são recriados para justificar novos modos de controle biopolítico sobre esses corpos e sujeitos?

Enfim, que os temas já abordados nesse blog, leiam as indicações para leituras críticas, se tornem provocações para os que ainda sonham como os poetas e os libertários. Possamos juntos tentar escapar das classificações, dos movimentos somente identitários, das amarras de preconceitos velhos ou ‘portadores’ de negações subjacentes das liberdades e diferenças humanas, para além de todas as diversidades ou pluralidades, inclusive as homogeneizantes no campo macropolítico atual.

Este texto tentei, pela minha própria rarefação de ideias associadas ao estado físico, pós-pneumônico, mais uma vez, limitar, apesar da paixão pelo tema, a quase 1100 palavras, para buscar o sonho e a utopia que muitos ainda associam às palavras direitos e humanos, as duas em suas multiplicidades, inclusive as negadas poeticamente.

 P.S- E o meu 'velho' blog, a completar dez anos, como do meu acidente vertebral, em 2019 possa vir a ter mais de meio milhão de leitores e leitoras críticos.
 Um doceabraçoricoemafetos.

Copyright jorgemárciopereiradeandrade, dezembro de 2018 ad infinitum, com todos os direitos reservados, favor citar o autor em republicações livres pela Internet ou outros meios de difusão de massas, principalmente as críticas.

Leituras indicadas ou citadas:
Direitos Humanos – Normativa Internacional – Oscar Vieira Vilhena (organizador), Editora Max Limonad, São Paulo, SP, 2001.

Estatutos do Homem – Thiago de Mello, Editora Martins Fontes, São Paulo, SP, 1980.

Prisões que escolhemos para viver – Doris Lessing, Editora Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 1996.

Quadros de Guerra – Judith Butler, Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, RJ, 2015.

A Vida Psíquica do Poder- Teorias da Sujeição – Judith Butler, Editora Autêntica, Belo Horizonte, MG, 2018.

A Nau dos Insensatos – Sebastian Brandt, Editora Octavo, São Paulo, SP, 2010.

Leiam também no blog –

Deficiências e Direitos Humanos, mais um dia para comemorar? https://infoativodefnet.blogspot.com/2011/12/deficiencias-e-direitos-humanos-mais-um_03.html


Um dia qual será a nossa CIF? As Deficiências e sua(s) Classificação (ões) https://infoativodefnet.blogspot.com/2011/11/um-dia-nos-seremos-qual-cif-as_28.html

A PRAÇA É DO POVO? AS RUAS SÃO DOS AUTOMÓVEIS E ÔNIBUS? E DIREITOS HUMANOS SÃO DE QUEM? https://infoativodefnet.blogspot.com/2013/06/a-praca-e-do-povo-as-ruas-sao-dos.html

O ESTATUTO DO HOMEM E O DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2009/12/o-estatuto-do-homem-e-o-dia.html


LEIAM também sobre Educação INCLUSIVA com questão de Direitos Humanos.

domingo, 10 de setembro de 2017

CARTA (DE) VIDA AOS JOVENS SUICIDADOS.

Imagem Publicada- um poemapictórico meu onde sobre o fundo de cor preta está a frase – Es Cre Ver sobre o Preto  para que o Negro vire Poesia e Não apenas a Capa Preta da Realidade Obs escurecida... Com pequenos ”riscos” em vermelho para nos lembrar dos riscos que corremos quando negamos o quanto somos vulneráveis, e o quanto nos submetem à vulneração hoje em dia. A vocês, mesmos temerosos, a afirmação de novas cartas e cartografias para o Viver, apesar e além de todas as de-pressões ou lutos ou lutas.

“Não pode ser próprio do poeta entregar a humanidade à morte. E, com consternação que ele, que não se fecha a ninguém, percebe o poder crescente da morte em tantas pessoas. Mesmo que  a todos pareça façanha inútil, o poeta vai pôr-se a sacudir esse poder e jamais, em hipótese alguma capitulará...”  
(Elias Canetti, A Consciência das Palavras, pág.322, a última)

Jovens, vocês são, nós somos, e serão, o motivo e o objetivo principal de minha carta subjetiva. É uma 'missiva' dos tempos dos furações, das opressões, dos desfiliados, das violências naturalizadas, das banalizações dos espetáculos do Estado, das farsas macropolíticas  a favor da Sociedade de Controle. Tempos de Vidas Desperdiçadas dirá Zygmunt Bauman.

Como escrever para nossa juventude que passa mais de 04 horas, em média ou mais, conectada a um smartphone? A mesma que tentam compreender, inventar subjetividades, produzi-las, além de prender e tentar matar, principalmente se sua pele for negra?

Talvez, seguindo a máxima do Canetti, tenha que lhes provocar poeticamente. Quem sabe minhas palavras com alguma consciência, vinda ainda do Século XX, quiçá visionárias, possam lhes afetar. Como lhes ajudar a resistir aos mensageiros do Nada?

Não posso ir além dos limites das letras e dos espaços de repetição. A síntese que me pedem é quase impossível para uma mente e um coração poéticos. Não sei se já me excedi aos 140 caracteres ou às frases de efeito das redes sociais.

Só peço então que me acompanhem em uma re-descoberta de um Poeta. Um daqueles que pode ter sido suicidado ainda jovem. Embora, com certeza, alguns só o leiam pelo viés ideológico, lógico que irei seguir meu desejo de lhes dar VIDA e não mais uma pá do cale-se dos tempos de temor e não de amor.

Convido a que leiam comigo este poema. Foi escrito por MAIAKÓVSKI (1894-1930), o poeta russo, dos anos pós-Revolução Soviética, para um amigo: Sergei Iessiênin (1895-1925). Esse amigo, também poeta, suicidou-se num quarto do hotel Inglaterra, em São Petersburgo (Leningrado). Ele, ao se sangrar, escreveu com o próprio sangue seus últimos versos: “Morrer não é novidade nesta vida. Mas viver, com certeza, não é mais novo”.

Como sei que não há palavras soltas, mas que gostaríamos de não aprisioná-las. Escrevendo como um poeta, ou seu arremedo, sinto que preciso das palavras de um poeta revolucionário para tentar essa sensibilização sobre o suicidar-se ou ser suicidado. Não as Cartas a um jovem poeta do Rilke. São apenas como diziam, antigamente, as ‘mal traçadas’ linhas com tinta escorrendo entre elas. E, críticos e descrentes, possam questionar e se questionar com elas.

Deixou-nos o poeta russo essas provocações. Peço que tenham a paciência da degustação de seu modo único de escrita e sensibilidade:

“PARTITES como dizem
Para o outro mundo
O vazio...
Estás planando
Até o céu bordado de estrelas.
Chega de adiamentos e de vodka.
Sobriedade.

Não, Iessiênin, isto não é zombaria.
Na minha garganta
Nada de escárnio
Mas uma bola de tristeza.
Eu vos vejo com uma mão de cera
Hesitando agitar o saco
De vossos próprios ossos.
Parai, deixai para trás!
Que ideia é essa de derramar
No vosso rosto esse giz mortal?
Vós que sabeis escrever coisas
Como ninguém no mundo.

Por quê? E como?
Derramam-se em hipóteses
Os críticos gaguejam:
De quem é a culpa?
Muito a dizer...

Mas, sobretudo lhe faltava ‘conexão’ ou ‘ligação’?
O resultado?
Muita cerveja ou aguardente?
Dizem que se vós deveríeis ter trocado a boêmia
Pela burguesia;
A classe vos teria influenciado,
Fim das lutas.

Mas essa classe a sua sede
Ela sacia com kvas (bebida russa não alcóolica)?
A Classe ela também, para beber
Entende bastante.

Dizem que se houvessem juntado
Alguém de ‘Sentinela’ (vigilância dos escritores ‘proletários’)
Teríeis feito muitos progressos:
Poderia a cada dia
Escrever vossos cem versos,
Enfadonhos e compridos
Como Doronine.        (poeta soviético – 1900 – 1978)

Para mim este delírio
Se tivesse realizado
Vós teríeis muito mais cedo
Sobre vos mesmo se atacado.
Melhor morrer de Vodka
Do que de Tédio!

Nem a forca, nem a faca
Nos darão a chave desta perda.
Talvez se tivessem tinta no Hotel Inglaterra
O Senhor poderia ter evitado
De se cortarem as veias.

Os imitadores se alegram: “Bis”!
Todo um pelotão que faz
Sobre si mesmo, justiça.

Por que aumentar o número de suicídios?
Melhor seria aumentar a produção de tinta!
Para sempre agora esta língua
Fica presa entre os dentes,
É duro e deslocado fazer mistérios
O povo aquele que cria a língua
Perdeu um de seus artesãos
Farristas e sonoros.
E trazem as quinquilharias
Dos versos funerários
Quase os mesmos desde o último enterro.
Deveríamos dispensar o féretro
Com um cajado
Estes versos inexpressivos.

É assim que se homenageia um poeta?
Ainda não vos construíram um monumento;
Onde estão os quilos de bronze
Ou os gramas de granito?
Que diante da grade da lembrança já tragam
As bugigangas das homenagens e dedicatórias.
O vosso nome é colocado em lenços.

O tenor Sobinov baba as vossas palavras
E sob uma árvore magrinha ele agoniza:
‘Nem mais uma palavra, meu amigo,
Nem um suspi-i-ro’
Ah! É de outra forma que deveríamos
Falar de Leonid Lohegrin!

Levantar-se em fulminante escândalo,
-Eu não permito que se mastigue
E se massacre assim os versos!
Assoviar com os dedos até deixa-los surdos
E mandá-los aos infernos!
Que fujam esses detritos sem talento,
Enchendo as velas se seus paletós
Que o crítico Kogan levado em sua debandada
Espete os transeuntes com seu bigode.
A sacanagem  hoje em dia ainda não ficou rara.
A tarefa é grande mal bastamos.

É PRECISO REFAZER A VIDA,
UMA VEZ REFEITA PODEREMOS CANTÁ-LA.
O NOSSO TEMPO, PARA PENA GERAL, NÃO É MUITO FÁCIL.

Mas digam-me os ‘inválidos’, os impotentes,
Onde e quando aqueles que são grandes
Escolheram os caminhos traçados e fáceis?
A palavra capitaneia a força humana.
PARA FRENTE, ANDEMOS,
E que o tempo estoure em bombas
Que o vento sopra para os dias passados
Só de leve mechas de cabelos misturados.
PARA A ALEGRIA O NOSSO PLANETA
ESTÁ MAL PREPARADO.
É preciso extorquir a alegria aos dias futuros.
NESTA VIDA MORRER NÃO É DIFÍCIL
CONSTRUIR A VIDA É BEM MAIS DIFÍCIL ”.

Sim construir vidas é bem mais difícil. É muito fácil para os hipercapitalismos de desastre as destruí-las depois das ondas e dos ventos dos tsunamis, e dos Estados de Exceção. Foram jovens estudantes que levaram, em 1930, ao Poeta, que antes fora consagrado pela Revolução Soviética (1917), em 04 de Abril de 1930, aos 36 anos, nos deixasse também pelo suicídio.  Ele era acusado de usar ‘palavras indecentes’ e de ser “... incompreensível para as massas’’.

Ele replicou aos jovens do LBM da época: “Quando eu morrer, vocês vão ler meus versos com lágrimas de enternecimento”. Hoje, nenhum daqueles jovens insuflados por ideologia e desejo de poder, hoje também por dinheiro, é ou foi lembrado com o poeta.

Por isso vos digo como quem já teve a Dona Morte nos calcanhares, e, hoje a hospeda apenas na varanda de sua/minha verdadeira morada, meu/nosso corpo: “Não neguem o temor de Viver, intensamente, quando for preciso RE-EXISTIR ao caminho mais simples: a alienação de si mesmos” (jmpa2017).

 Um doceabraço a todos e todas que ainda se sentirem afetados e tocados pela e com a Poesia e pelas Artes.

Copyright/left 2017 ad infinitum, com todos os direitos reservados, favor citar o autor em republicações livres pela Internet ou outros meios de comunicação e dominação de massas.    TODOS DIREITOS RESERVADOS

LEITURAS CRÍTICAS:

A CONSCIÊNCIA DAS PALAVRAS – Elias Canetti, Companhia das Letras.

VIDAS DESPERDIÇADAS – Zygmunt Bauman, Jorge Zahar Editor.

MAIAKÓVSKI – Vida e Obra – Editora Martin Claret.


Preventing suicide: a resource for media professionals - update 2017 WHO https://www.who.int/mental_health/suicide-prevention/resource_booklet_2017/en/

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

MULHER (ES), PODER (ES) E O(S) MEDO (S)...

Imagem publicada – uma foto (de uma série) da minha janela voltada para o pôr do sol (da deusa Disis), que intensifiquei como fogo no céu, acentuando os alaranjados, os azuis e os amarelos (próximos do que amo em Van Gogh), tempo visível com a sombra dos prédios que todos os dias posso avistar de minha janela aprisionada pelo tempo visto como passado, mas que se torna uma fulgurante demonstração de como podemos rever e transver nossas próprias horas, e se torna um tempo-vida-imaginação...

...’Esqueço as horas pensando em outras horas de quem tem poucas horas ou muitas horas. Ora Hora!... Não penso nas horas; elas e que me pensam’...

Preciso do silêncio e da negação de todos os sons para tentar pensar. Outro dia fui lembrado, nas ‘altas horas da madrugada’ que precisava me cuidar com a passagem do Tempo. Lembravam-me que, humano ainda, tenho um corpo físico e uma suposta saúde a deixar descansar. Este texto, como parto prolongado, nasceu em horas sem ruídos metálicos ou zumbidos alienantes. Em horas que não cabem nos relógios digitais ou ampulhetas.

Respondi com a frase acima, relâmpago afetivo, mais ou menos, sobre minha relação com as horas. As horas são e serão sempre femininas. As horas, conforme a mitologia grega são mulheres. Seriam as mulheres de Atenas? Aquelas cuja cidadania era negada, aquelas equiparadas apenas aos escravos. Ou seriam e são as guardiãs do Olimpo que organizam a passagem das estrelas? As que trazem a fertilidade da mudança?

Na versão apresentada pela Wikipédia são: - “As horas (em grego:  Ώρες, em latim: horae) constituíam, na mitologia grega, um grupo de deusas que presidiam as estações do ano. Filhas de Zeus e Têmis eram três deusas que personificavam a ordem do mundo. Eunômia (Εὐνομία, "legalidade") representa a legalidade, a boa ‘ordem’, as leis cívicas. Eirene ou Irene (Εἰρήνη, "paz") representa a paz. Dikê ou Dice (Δίκη, "justiça") representa a justiça”.

As horas também têm suas versões latinas. São também o tempo, as estações, as passagens dos momentos, das atividades de um dia ou as épocas. Quais seriam, hoje, as épocas que vivemos ou que nos dizem ou permitem ser vividas?  Vivemos o tempo em que a(s) Mulher (es), o(s) Poder(es) e o(s) Medo(s) encontram-se na(s)  mesma(s) encruzilhada(s)?

Como disse são, hoje, agora, nesse instante fugaz, nesse segundo, quando toco as teclas das letras que elas, as horas, aquelas deusas me assombram. Permitem-me, reles mortal, a aspirar com elas ainda sonhar com utopias, com as outras invenções gregas, tal qual a democracia. Entretanto, nesse mesmo passado do relógio, a História me diz que as deusas passaram a servir a outros ordenadores burocráticos do mundo.

Onde foram parar, pelo menos nesses territórios mais próximos, agora recriadores de novos muros e novas instituições, a legalidade, a Paz e aquela que pendula entre a espada e a balança? Passaram a ser apenas servas do Estado Nação ou de um novo Estado de Exceção?

Porém, se são Mulher (es) como já escrevi nos seus Dez(s) Mandamentos por aqui, não seguem os caminhos predeterminados pelos governantes mortais. Não se tornam, apesar de nossa persistência histórica, em escravas de um Tempo dos temores e dos desamores. Não se deixam capturar, completamente, pelas novas formas sutis de colonização de seus corpos e mentes.

O feminino e seu gozo não são visíveis. Não há e nem haverá a possibilidade de sua total dominação. Nem mesmo pelas armas ou pelos exércitos ou pelas microfascistações do cotidiano e suas falsas horas. São, mesmo as mais humilhadas, ricas de outro modo de devir, outros poderes, outras desterritorializações e fugas. São e serão, mesmos as mais duras, profundamente, como as deusas, inspiradas pelas suavidades, caso contrário seus opostos se tornam soberanos.

As mulheres podem vestir togas, podem usar fardas, podem e devem cair nas homogeneizações e binarizações/dualidades. São sujeitos sociais, assim como todos os gêneros e indivíduos. Mas nenhum de seus uniformes retirará de seus corpos as suas castrações, ao contrário, podem acentuar suas falicidades. Como horas, passantes, mutantes e mutáveis, surpreendem e se surpreendem, como as heterogeneidades de formas de amar, apaixonar ou inventar. Elas são e serão uterinas, mesmo quando histerectomizadas pelos homens ou pelas novas tecnologias. Ou mesmo por outras mulheres in-vestidas de autoridade(s).

Para que continuemos a busca do feminino como liberdade, embora nos tenham levado às ilusões temerosas, cabe à(s) mulher (es) o restabelecimento do equilíbrio que as horas, não mais reificadas ou endeusadas, nos ensinaram e ensinam a desejar ir além dos permitidos. Ir além, dos preconceitos, das discriminações, dos mitos, das falácias, dos podres poderes e, principalmente do Medo.

Como, então, a partir das muitas feminilidades, das muitas multiplicidades, das singularidades e das pluralidades de ser e existir poderemos enfrentar essa Cultura do Medo? A resposta recente me veio de releituras de Espinosa e as novas de Antonio Negri sobre o filósofo polidor de lentes e mentes. De lá extrai o conceito de tempo vida e não de temporalidade. O viver como duração e não durabilidade.

Para A. Negri: “A filosofia de Espinosa exclui o tempo-medida. Ela apreende o tempo-vida. É por isso que Espinosa ignora a palavra ‘tempo’ – mesmo fixando seu conceito entre vida e imaginação. De fato, para Espinosa o tempo só existe como liberação. O tempo libertado se faz imaginação produtiva, radicada na ética. O tempo liberado não é nem devir, nem dialética, nem mediação. Mas ser que se constrói, constituição dinâmica, imaginação realizada. O tempo não é medida, é Ética...”.

O tempo é da ‘hora’ que retoma a Eunomia. Tal como o corpo feminino pode, se for libertado, se tornar o ser da revolução, da contínua escolha ética da produção. Do direito de não ser apenas um corpo reprodutor, mas aquele que enriquece o ser.

Pelos corpos que mesmo negados, ou ainda sob desmandos, ou sob midiatizações espetaculares, é que afirmo que a hora é a do ser-mulher, como forma de potência e transformação. Afirmo que, diante dos nossos desencantamentos coletivos, não nos iludamos com as organizações, mesmo as globais ou globalizantes.

A hora é a do desafio da quebra de alguns paradigmas. Macro e micropolitica-mente. A hora é do afirmar o respeitar as ‘minas’, mas tomando cuidado para pisar nas mesmas que alguns querem, belicosamente, semear em nossos caminhos e passos.

Quando, dos poderes visíveis, das ditas autoridades do alto, nos vem o anúncio de novos muros, novas discriminações, novas guerras, que muitos aqui não vêem como já existentes, as horas se tornam mais urgentes. Precisamos das outras horas, pois há sim outras deusas-horas, como Disis, que era a deusa da finalização do dia, o por do sol.

Este texto não crepuscular é um apelo, não uma alegoria, que convoca/provoca às mais poderosas e destemidas, às que podem abrir as portas de corações, podem encantar avenidas, podem desafiar ditadores, podem lançar foguetes no espaço, podem revelar verdades e desmitificar as ondas de alienação e submissão. À(s) Mulher(es) com o(s) Poder(es) de demolir(em) todo(s) o(s) Medo(s)...

(copyright/left jorgemárciopereiradeandrade 2017 ad infinitum após 2024, favor citar o autor em republicações livres pela Internet e outros meios de difusão, comunicação ou manipulação de massas...)

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domingo, 28 de agosto de 2016

O RETORNO DA INTEGRAÇÃO PELA INCLUSÃO: novos muros nas escolas, fábricas e hospitais...

Imagem Publicada – uma foto da publicidade do documentário BUDRUS; traz em contraluz colorido, com o sol crepuscular ao fundo, a figura de um homem entre duas cercas de arame farpado, que ele tenta destruir com um simples alicate. Esta cerca é o motivo de uma insólita união entre árabes mulçumanos e judeus, em um vilarejo entre a Cisjordânia e Israel, contra um polêmico muro que separaria palestinos e israelenses. Ele é uma realização da cineasta brasileira Julia Bacha, recebeu 15 prêmios internacionais, e nos mostra a possibilidade da Paz. Hamas e Fatah, Mulheres e Homens, Crianças e Velhos, diferentes e desiguais se unem contra a violência e a segregação.


Para os que pensam sobre a comemoração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, dia 10, faço o convite para uma reflexão sobre os muros, as cercas e os ‘’limites’’ que, mesmos os invisíveis, nos podem cercear ou mesmo pisotear alguns direitos fundamentais.

Há momentos de nossas lutas pelos Direitos Humanos que precisamos pensar quem são os nossos verdadeiros ‘’inimigos’’. Ao assistir hoje o documentário Budrus pude refletir sobre a possibilidade de alguma ‘’sintonia’’ de interesses no atual campo das discussões sobre os retrocessos e conservadorismos que estamos enfrentando.

Nos últimos dias passamos de um plano “Viver sem Limites” para a reconstrução de institucionalizações dentro dos muros escolares ou reabilitadores. Primeiro com a proposta de um Decreto (6711/11) que retroagiu sobre os avanços conquistados da inclusão escolar. 

Hoje com um Projeto de Lei 1224/2011, da Câmara do RJ que coloca outro muro como opção para a Educação Especial, de crianças e jovens, na perspectiva de sua Inclusão caso “apresentam condições de serem incluídas, bem como dos demais alunos de turma regular, por meio da ampliação de sua participação na aprendizagem, nas culturas e nos meios sociais.” Ou seja, novamente o ‘’preferencialmente’’, ou melhor, quando “possível”, ou então na “saúde e na reabilitação"...

Nesse mesmo tom brasileiro estamos também vendo discursos contraditórios sobre a Reforma Psiquiátrica e a retomada das "internações involuntárias", compulsórias, sob a alegação de epidemias, só que por "contágio social" com o uso do crack. O alcóol mata 47 pessoas por dia, e isso não é uma epidemia? 

Nossas autoridades promovem uma destinação de 04 bilhões para um ‘’combate’. Mais um Plano do Ministério da Saúde. O seu principal resultado é a hospitalização ou a institucionalização forçada dos chamados ‘’craqueiros’’.

Uma “maioria” minoritária que vive à beira da sociedade e das linhas de trem. Moradores de rua e marginais que precisam ser cuidados e retirados da exclusão e desfiliação social. Onde os meios desta ação podem ser também violentadores...

Há, portanto um movimento de controle social, com novas macro e biopolíticas, anunciadas com muitos recursos públicos. Recursos que não podem ser apenas econômicos, pois a história já demonstrou o uso do dinheiro público para fins privados, tanto na Saúde, com a manicomialização, como na Educação, com a educação em espaços de clínicas de reabilitação.

Aí se encontram a Loucura e a Deficiência, as tecnologias de cuidado e pedagogia tornam-se hiper-especializadas e, consequentemente, segregadoras ou alienantes. E esta me parece ser a direção que, com as devidas contextualizações, estamos re-tomando. O caminho conservador, orientado pela macropolítica, das velhas institucionalizações "forçadas" por lei e "reforçadas" por emergências sociais. Novos muros em nossas aldeias globais.

O nome do nosso projeto para a acessibilidade, a saúde, a educação e o Viver para além dos limites pode ser comparado ao roteiro de Budrus. Estamos assistindo à uma construção de uma ‘’delimitação’’ legislativa e de práticas que violentam direitos já adquiridos. 

Como os palestinos temos algumas oliveiras ou cemitérios que não devemos deixar de defender. Mas precisamos, como eles, de aliados e de um movimento de resistência. Alguns já iniciaram a defesa/combate. O que temos de cuidar é que não nos tornem nossos próprios "inimigos".

Existe um risco de mantermos nossas tradicionais divisões por força identitária. Os que não veem, os que não ouvem, os que não andam, os que são multiplamente deficitários. E, como somos diferentes em nossas necessidades e incapacidades, caímos na oposição binária.

A oposição binária ocorre quando, por exemplo, nas categorias macho/fêmea, obscurecemos as diferentes formas de ser um homem ou uma mulher, seja na sua subjetividade, nos afetos, no desejo ou no comportamento. Tendemos a homogeneização, à mesmice ou “mesmidade”. Caímos nos narcisismos das pequenas diferenças...

Essa queda é o nosso principal calcanhar de Aquiles. É nessa multiplicidade forjada como heterogeneidade de direitos que o Estado e a Sociedade justifica o uso do efeito de ‘’retorsão”. Este é um conceito de Taguieff que constitui-se quando “um contendor se coloca no terreno discursivo e ideológico do adversário e o combate com as armas deste, as quais pelo fato de serem usada contra ele, deixam de pertencer-lhe pois agora jogam pelo adversário...

Por isso disse, no início, que precisamos reconhecer que são nossos atuais amigos e inimigos. Não faço aqui a apologia da guerra ou da violência. Como em Budrus faço a afirmação de uma união pela desconstrução desses muros que nos impõem, sejam estatais ou institucionais. Os argumentos que sempre utilizamos na defesa de uma Sociedade Inclusiva agora são os mesmos que se alardeiam em discursos políticos. E ainda nos indagam do que reclamamos e por que criticamos...

Portanto, diante da possibilidade da retorsão, e, mais ainda, da acusação de ideologização das questões, é que devemos refletir, coletivamente, quais são as ações de resistência que devemos produzir. 

Uma ação interessante e potencialmente criativa seria, hoje, abolirmos o uso da palavra INCLUSÃO, passemos, como nos discursos da Ordem, aceitar o retorno da INTEGRAÇÃO, do mainstreaming, como no recente Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, termo retomado para afirmar a questão do desenvolvimento, pela ONU.

Se a questão é a palavra DIVERSIDADE, como no projeto da Câmara do RJ, aceitemos que ela não representa, como nos demonstrou Homi Bhabba, a tal diversidade cultural, como um objeto do conhecimento empírico. Vamos esquecer sua advertência sobre o que significa uma DIFERENÇA cultural e os hibridismos e multiplicidades que nós vivenciamos.

Vamos aceitar "integrar" a diversidade, a partir do modelo segregador, deixando de lado quaisquer das singularidades. E as diferenças, mesmo dentro de casos, por exemplo, de Autismos nos justificarão para que estes frequentem apenas os Centros de Reabilitação ou escolas hiperespecializadas. Nunca teremos uma Temple Grandin em nossas escolas regulares...

Vamos, por exemplo, como nos tempos de ocupação da Amazônia, utilizar o slogan governamental: INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR. Iremos construir, diante um possível “ataque e invasão’’ de nossas fronteiras e territórios, uma grande muralha que proteja nossa maior diversidade ambiental: a floresta, sua flora, sua fauna, seus índios e seus diversos mananciais de água doce. A preservação tornar-se-ia aí o novo conservadorismo?

AÍ comparo a serialização dos eucaliptos com a heterogeneidade amazônica que podemos criar em nossas escolas ou outras instituições modelares. Podemos plantar a diferença ou mesmice, a bel prazer. Mas sempre colheremos um futuro possível ou a desertificação de nossas vidas. Por isso optemos pela busca de um além do reducionismo da integração.

Foi integrando um território pela força e pela segregação violentadora que Israel, construindo muros e distanciamentos, que viu o surgimento de uma resistência ‘’selvagem’’. E Budrus se tornou a obra de cinema, de vida, de re-existência de culturas diferenciadas, mas também um exercício de "combate pacífico".

Uma paz que se conquista com indignação, resiliência e resistência pacíficas. Um movimento que precisamos retomar para manter as conquistas que temos realizado. Nós, como uma personagem do documentário, diante de uma retroescavadeira, devemos ocupar o buraco por ela feito. 

E, para além de nossas diferenças, nos fincarmos, como uma oliveira plantada com carinho, que algumas mãos oportunistas insistem em arrancar de nossos territórios da saúde e da educação de pessoas com e sem deficiência. 

Só assim, com persistência e indignação, cada um e muitos de nós poderemos barrar o retrocesso atual, os “mesmos” que usam a retorsão para dizer que são as pessoas com deficiência que não se preparam para o mercado de trabalho. 

Não são as empresas ou o Estado que não cumprem a Lei de Cotas. Somos os causadores de nossa própria exclusão? Afinal nossas tragédias pessoais não são o que nos torna objetos de intervenção, internação involuntária ou “integração” social?
E OS MUROS INVISÍVEIS QUANDO É QUE INICIAREMOS A SUA DEMOLIÇÃO?

Copyright jorgemarciopereiradeandrade (favor citar o autor e as fontes em republicações livres na Internet ou outros meios de comunicação de massa)

BUDRUS – (2009) Documentário – Direção JULIA BACHA (BR)
https://www.justvision.org/budrus

Brasileira diretora de "Budrus" fala sobre premiação em Berlim
https://www.dw-world.de/dw/article/0,,5286132,00.html

Budrus Trailer - 3 Min
http://www.youtube.com/watch?v=ff7rScVrbos (legendas em português)
http://www.youtube.com/watch?v=YQQ8F2W5eB0 (legendas em inglês)

Documentário 'Budrus', de Julia Bacha, é lançado em DVD https://www.estadao.com.br/noticias/artelazer,documentario-budrus-de-julia-bacha-e-lancado-em-dvd,790731,0.htm

Plano Nacional de Educação: inclusão escolar ameaçada
http://inclusaoja.com.br/

Plano de enfrentamento ao crack deve aumentar leitos para atendimento
https://www.youtube.com/watch?v=SxGRHH7NEs8

Rio de Janeiro pode servir como exemplo positivo na internação pelo crack http://www.sidneyrezende.com/noticia/155255+rio+de+janeiro+pode+servir+como+exemplo+positivo+na+internacao+pelo+crack

Lei de cotas para deficientes não deve ser flexibilizada, defende CUT
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2011/12/lei-de-cotas-para-deficientes-nao-deve-ser-flexibilizada-diz-cut

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