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domingo, 4 de julho de 2010
A INCLUSÃO ESCOLAR AINDA USA FRALDAS?
IMAGEM - foto de Dan Keplinger, pintando um quadro com sua cabeça através de um pincel extenso, hoje artista consagrado, que teve sua vida documentada e premiada no filme KING GIMP, Oscar de melhor documentário de 2000, realizado por Susan Hadary e Whiteford William. Dan foi o roteirista de seu documentário e nos dá uma lição de superação e de criatividade, demonstrando a importância da singularização do uso de novas tecnologias no processo de inclusão escolar, revelando-se, humanamente, rico e plural na sua vivência como um sujeito com paralisia cerebral.
INCLUSÃO&ACESSIBILIDADE
VIDA ESCOLAR E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS AMBIENTAIS
A partir da indagação da Profª Drª Regina de O. Heidrich, uma amiga que trabalha com crianças e jovens com paralisia cerebral, de como resolver uma questão, aparentemente simples: "...como e quem deve levar uma pessoa com paralisia cerebral, jovem com 14 anos, ao banheiro da escola, se ele tem a altura de 1,80, e a temperatura aqui é de muito frio, é Inverno, mas no verão chegamos aos 40º... ?", e, diante dessas condições e dificuldades "muitas escolas estão levando os cadeirantes a usarem fraldas novamente"..., além disserem, aos pais, que: "só na escola especial é que se leva um aluno(a) ao banheiro", reforçando ainda mais uma polêmica sobre o atendimento educacional especializado.
Esta questão envolve a complexidade do processo de inclusão escolar de pessoas com deficiência. Esse processo, que também ainda engatinha, experimenta seus passos e tropeços. Talvez, pela sua própria heterogeneidade, assim como de cada forma, tipo, gravidade ou complicações dos modos de ser e estar em situação de deficiência, em muitas situações ainda, a educação inclusiva é levada ao uso de suas próprias fraldas novamente.
O tema é instigante, além de vir ao encontro de algumas reflexões que venho fazendo sobre o uso de tecnologias assistivas ambientais, a partir de minha própria vivência pessoal da redução de mobilidade e as barreiras que ando, com meus passos, dolorosamente claudicantes, constatando/enfrentando.
Hoje já estamos até no tempo de uma visão do desenho universal e da acessibilidade ampliada, abrindo-se, na macropolítica, aos espaços urbanos, como o Programa Cidade Acessível. Mas minhas expectativas caminham, mesmo tropeçando, na direção micropolítica.
Primeiramente é necessário esclarecer aos que não sabem o que são as tecnologias assistivas, pois sua introdução no espaços físicos é razoavelmente nova, em especial nas escolas.
Podem ser definidas, conforme a visão oficial, como: " A tecnologia assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos,n metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social" (Comitê de Ajudas Técnicas, Corde/SEDH/PR, 2007).
Portanto são todos os meios e recursos básicos que devem e deveriam estar à disposição de pessoas com deficiência nos diversos locais onde temos,como cidadãos e cidadãs, o direito ao seu usufruto e participação. Mas as múltiplas realidades que são vividas são bem diferentes.
Ainda encontramos muitos espaços totalmente inacessíveis, com barreiras de todo tipo (das atitudinais às arquitetônicas). Portanto, incluir em espaços de ampla e plural convivência, como as escolas, torna-se cada vez mais uma exigência do cumprimento da lei e um dever com a equiparação de oportunidades, surgem, entretanto, os pequenos entraves que se tornam os 'analisadores' desse processo de institucionalização.
Aparecem os fatos "pequenos" que precisarão de um esforço e de uma determinação micro e macropolítica para sua solução ou resolutividade, como dizem, por exemplo no campo da saúde pública. O simples fato de termos as chamadas AVD (Atividades de Vida Diária) demonstram que um sujeito precisa além de uma cadeira adaptada no espaço onde se come a merenda escolar, junto com todos os outros alunos.
Mas seja aqui ou nos EUA, vimos, diferentemente do que desejamos, em um primoroso documentário,King Gimp, o protagonista, Dan Keplinger, ser levado, por uma auxiliar, para tomar os lanches dentro de um almoxarifado de sua escola. E esta cena já deve ter ocorrido em algum lugar do Brasil, apesar da história Dan ser um sucesso coroado até os dias de hoje. Dan é um renomado artista com paralisia cerebral, que convido a todos e todas ao seu re-conhecimento.
Dentro dessas realidades que vem sendo vivenciadas nas escolas, como a questão da fralda ou do direito de usar um sanitário ou banheiro dentro das normas de acessibilidade, é que irão nos nortear ou desnortear no desejo da chamada "inclusão radical".
Surgem aí os impasses entre o que oferecemos de autonomia ou de assistencialismo, nas políticas públicas educacionais, assim como tem ocorrido no campo da Reforma Psiquiátrica, o que espero deva ter sido uma das constatações da IV Conferência Nacional de Saúde Mental, recém ocorrida em Brasília. As mudanças que devem ocorrer nos territórios são as mesmas que devem ser estimuladas na derrubada de novos muros invisíveis que podemos re-institucionalizar, se esquecermos nosso principal aliado: o sujeito e sua autonomia em direitos humanos.
Mas precisamos responder às indagações de minha amiga. Precisamos ir além do que está previsto em lei ou normatizado. Precisamos da ousadia de acreditar no futuro e na distribuição equitativa de recursos e de políticas públicas que se fundamentem em reais avanços tecnológicos.
Indo além do que está nos protocolos,indo além do suporte físico a quem dele necessita, ou seja não bastará colocarmos auxiliares para os professores levarem os cidadãos com paralisia cerebral até o banheiro, isso já é indispensável. Precisaremos modificar os banheiros, suas rampas, suas portas ou pias, assim como sua estrutura e proximidade das salas de aula. Enfim, melhorar sua acessibilidade com inventividade e determinação política.
Porém, tudo isso não consolidará uma mudança se, além de um olhar ético sobre o direito de nos sentirmos humanos ao fazermos nossas "necessidades fisiológicas", para não dizer o termo aplicado ao que fazem algumas autoridades, gestores e políticos, estes últimos caso não forem instigados/cobrados a destinar "reais" recursos humanos, econômicos, financeiros e, principalmente, tecnológicos de forma estruturante.
E, quando estes existirem na escola, que seja feita uma aposta em cada um, em cada uma, fazendo, para além do coletivo, uma aposta no sujeito, na singularização e suas múltiplas possibilidades... Aí, novamente vivenciamos a necessidade de uma revolução molecular.
Como então transformar esses analisadores do processo de inclusão escolar em atitudes micropolíticas? é a resposta que estou tentando articular para a Profª Regina. Gostaria que os familiares das crianças ou jovens com paralisia cerebral começassem a se manifestar, pois quase sempre são os que cuidam, convivem e muitas vezes também se distanciam, por diferentes e singulares motivos, fazendo uma confrontação de suas práticas cotidianas no seio das escolas.
Assim como os especialistas e educadores que se indignam com as condições de atendimento escolar especializado. Mas também que os diretores, professores e todo pessoal das escolas onde se deve dar a inclusão pudessem ser ouvidos, valorizados e capacitados, profissionalmente, entre os muros da escola, no desejo de mudança de paradigmas acerca das pessoas com deficiência.
Tanto os familiares como a escola ainda têm, em muitos lugares desse imenso país continente, uma visão reabilitadora ou adoecedora dos quem vivem uma situação de deficiência. O processo de inclusão ainda esbarra em diferentes interesses macropolíticos. Os jovens, por exemplo com paralisias cerebrais, em muitas situações ainda são tratados apenas como "tetraplégicos, epilépticos ou espásticos", e estas condições são vistas, por força do modelo biomédico, como "doenças" que os mantêm em posição vitimizada e alienada. Passam de potências a desvendar a 'sofredores ou portadores' que precisamos apenas reabilitar. Somente "edureabilitar".
É preciso dizer novamente: as paralisias cerebrais não são doenças... Deve-se afirmar, como na Convenção (2006) os seus direitos com base no direitos humanos, e tentar, individual e coletivamente, construir um novo olhar, uma nova visão, um novo paradigma: eles são sujeito e não objeto de direitos.
Portanto, dêem meios alternativos, suplementares ou tecnologicamente avançados, como os da Comunicação Alternativa, que muitos desses jovens irão, como Dan Klepinger ou Guilherme Finotti, ir além da simples construção de um modelo paradigmático novo, eles se afirmarão como plenos de cidadania e brilho próprio.
E, já se provou, como o trabalho da Profª Regina e muitos outros, que eles e elas estão e estarão se beneficiando, tanto para suas relações sociais significativas como nas suas subjetividades, com o uso ético das tecnologias assistivas. Estas que precisam ser, urgentemente, universalizadas tanto quanto revistas e recriadas, podem ser socialmente incorporadas para se maximizar os seus efeitos positivos, desde a saúde até a educação.
ENFIM, cabe, por ser um tema inesgotável indagar sobre como incluir orientações éticas e bioéticas para o desenvolvimento "sustentável" dessas novas tecnologias assistivas, nesse momento, em especial as "ambientais" tão dependentes de "atitudinais e do cuidado".
Desejemos, pois, a inclusão escolar, deixando suas próprias fraldas, ao entender como dignidade tanto o formato de um assento sanitário, ou a altura de uma barra de apoio, dentro do banheiro de uma escola, quanto a uma mudança de atitudes e de suporte humano real para quem tem 'direito' de acesso e permanência com qualidade e respeito na escola, assim como o 'dever' de quem deve, constitucionalmente, criar condições para uma VIDA ESCOLAR com a efetivação plena da cidadania de cada um de nós.
Amiga e professora Regina, aos pais e aos seus alunos ou orientandos, envio meu desejo de que se tornem ativos defensores da INVENÇÃO DE OUTROS MODOS DE EFETIVAR NOSSOS DIREITOS, aguerrida e docemente combativos, lúcidos, amorosos porém sempre críticos e criadores de novas cartografias, novas suavidades e, com elas, novas tecnologias.
Ao buscarmos a inclusão não podemos nos esquecer que a exclusão ainda é o sua principal fonte e usina invertida, fundada e mantida no preconceito.
Vamos aprender a aprender como tirar as fraldas de nossos próprios modos inconscientes de restringir as potencialidades do Outro?
copyright jorgemarciopereiradeandrade 2010-2011 (favor citar as fontes e autorias na difusão e republicação livre na internet ou outros meios de comunicação de massa)
Vejam e difudam o BLOG -
INCLUSÃO UTILIZANDO AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC's) http://inclusodepneesnaescola.blogspot.com/
LEIAM TAMBÉM NO BLOG -
SEREMOS 300 ? - UM PC PARA CADA PC - A história de Guilherme Finotti
http://infoativodefnet.blogspot.com/2009/11/infoativo.html
DIREITOS HUMANOS COMO UMA QUESTÃO PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA - http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/05/imagem-publicada-uma-foto-de-tres.html
INDICAÇÕES E REFERÊNCIAS:
TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS ESCOLAS ( Recursos básicos de acessibilidade sócio-digital para pessoas com deficiência) ITS BRASIL
http://www.itsbrasil.org.br/pages/23/TecnoAssistiva.pdf
KING GIMP - DAN KEPLINGER http://www.kinggimp.com/index_static.html
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Caro Jorge
ResponderExcluirAdorei teu texto. Como conseguistes a partir de um simples relato desenvolver um questionamento tão interessante?
Eu trabalho com inclusão desde 1996. Desde que a LDB foi implantada. Algumas vezes senti que o processo de inclusão estava avançando, em outras recuando. Sinceramente não tenho respostas para todas as perguntas. Quem me dera...mas neste processo a quem cabe desempenhar os papéis de levar ao banheiro e dar comida na boca?
A escola como está hoje tem condições de dar conta da inclusão? A formação dos professores não contempla. Muitos de meus alunos, normalmente alunas, de graduação e pós, admitem que tem vontade de entender o que acontece com aquele aluno que foi "lançado" na sua classe, mas não sabe como. E eu não me refiro a pcs, cegos e surdos, mas aquelas crianças com deficiência intectual, autismo, esquizofrenia. Elas me procuram me perguntando como agir com estes alunos em sala de aula quando não querem fazer absolutamente nada. A escola como está hoje, não dará conta da inclusão que eu, você, enfim todos desejam. Precisa mudar muita coisa.
Abç
CARISSIMA REGINA
ResponderExcluirEu apenas escrevo como sinto, pois acho que precisamos da sensibilidade e das nossas vivencias em sintonia... Eu queria ajudar ainda mais na busca de respostas pra que o processo de inclusão escolar de pessoas com deficiencia, em especial das que vivem as paralisias cerebrais, na sua pluralidade e heterogeneidade, possa avançar e encontrar, singular e coletivamente, modos de invenção para a educação. Espero que passe este texto para seus alunos e orientandos para que possam refletir em busca de respostas, tanto no campo teórico como na vida prática. VAMOS JUNTOS sempre na busca da MUDANÇA...e da evolução dos processos de educação...se possível entre os muros da escola, mas principalmente para ALÉM...só podemos ver a sua altura quando nos distanciamos deles... um doceabraço amigo jorge
Jorge,parabéns!
ResponderExcluirTomei a liberdade de postar esta matéria em nosso blog: http://apnendenovaodessa.blogspot.com/
Grande abraço.
carlos Raugust.
temos q abrir mao de algumas coisas para ter outra amigo. na escola ainda eh mais humana, mas e na universidade e no trabalho.
ResponderExcluiraprendi q qnt menos preciso de ajuda por conta da minha def mais libredade ganho
bjs
pri
Jorge, fiquei impressionada, muito bom mesmo! Te adianto que continuo repassando seus textos pras minhas comunidades no Orkut que visam esse tipo gratificante de informação, esclarecimento e posição como cidadão. Parabéns!
ResponderExcluirBom, pegar como exemplo Dan Keplinger para ilustrar não é bom, vale lembrar que estamos no BRASIL. E um país que tira uma média de Ideb de 4,03 vai ter condições de fazer inclusão total e irrestrita das pessoas com deficiência? Eu por exemplo: Sou PC, dependo das para ADVs..... Vamos refletir um pouco e imaginar um PC em uma escola pública, uma professora com uma classe de 30 alunos sendo teria capacidade física e psicológia para levar um aluno de 1,8 ao banheiro? Mesmo sendo funcionário da escola... É complicado gente, falar em inclusão todos falamos mas ela têm e sempre terá estes entraves. Aqui muito se fala pouco se faz, sempre foi sempre será! Agora eu lanço uma pergunta: à minha querida amiga Regina quem devo um favor imenso, ela que lida com PC's a quase 20 anos já levou algum ao banheiro?
ResponderExcluirTodo mundo faz discurso bonito de Inclusão mas quem realmente torna ela REAL! A Gente tende a simplificar as coisas porém, as vezes elas não são simples assim. Guilherme Finotti, teve sorte porque teve apoio de professor dentro de sala do lado dele, assim até eu! Alias, eu cheguei também à faculdade mas ai veio a bendita falta de informação e acessibilidade! Pergunto: quem auxília Guilherme Finotti na faculdade? Quem o Leva ao banheiro?
Então, vamos parar de falar tanto e ver nossas atitudes! Até onde vai seu asco?
Abraços,
Michel
CARA AMIGA PRI
ResponderExcluirUm exemplo vivo de superação no campo das Paralisias Cerebrais é você, e com certeza saiba que pensei na sua história,e mais ainda na sua entrada na universidade... como sei que você sabe e saberá sempre valorizar sua liberdade, para além de quaisquer outras coisas...Continue na trilha da AUTONOMIA ao máximo... e digitando com seu querido pé... um doceabraço jorge marcio
AOS AMIGOS E AMIGAS DA APNEN
ResponderExcluirmuito obrigado pela republicação do meu texto, espero que visitem e possam ler outros textos também sobre os outros temas que abordo, principalmente no campo dos Direitos Humanos.
um abraçodoce jorgemarcio
CARA SIMONE
ResponderExcluirAgradeço-lhe o elogio e a leitura de minhas postagens, e lhe estimulo a continuar difundindo minhas idéias, bem como enviando suas sugestões ou críticas... um abraçodoce jorgemarcio
Caro Michel
ResponderExcluiragradeço seu posicionamento critico e suas considerações, principalmente por sabê-lo uma pessoa com paralisia cerebral. Eu não sei se conhece a minha historia pessoal e minha militancia no campo das paralisias cerebrais. Eu, por exemplo, já acompanhei um grande amigo ao banheiro, o Ronaldo Correia Jr., assim como já viajei e apoiei muitas pessoas com paralisia cerebral, mas a questão não é levar a pessoa ao banheiro, mas sim as condições de acessibildade que por lei devem ser implantadas nos espacos públicos, afirmando-se a condição de SUJEITO E AUTONOMIA de todas as pessoas com deficiencia.
Sei de outras pessoas no meio academico, como a Prof Lucila, aí do RGS, que fizeram e fazem um magnifico trabalho com pessoas com paralisia cerebral, principalmente no campo das novas tecnologias. Tenho certeza que você as conhece e as respeita, portanto não vamos imputar a essas pessoas que trabalham nas Universidades a responsabilidade total pela inacessibilidade que persiste por lá... Não faço só discursos, mas tenho uma prática cotidiana há muitos anos, e agora tenho a vivência corporal da incapacidade e da mobilidade reduzida, e transformo todas as minhas ações com paixão e crença nas muitas possibilidades de cada ser humano, inclusive você.
Continue crítico e procure ser amoroso com os que lhe ajudam ou ajudaram, para além do asco ou dos pudores, e aceite humildemente minha ajuda se um dia ainda puder ter forças para sustentar, novamente, um corpo com paralisia cerebral, em qualquer situação ou necessidade.
meu abraçodoce e sempre militante de DH JORGEMARCIO
Caros Michel e Jorge
ResponderExcluirNão consigo imaginar um educador que ao ver alguém precisando de alguma coisa não o faça. É lógico que já levei ao banheiro e dei comida na boca...
Mas e aqueles alunos que eu não consigo carregar por não ter condições físicas p/ isso? Como proceder?
Abçs
Parabéns pela importância do assunto, educadores precisam aprender a ter responsabilidade social e pararam de tentar fugir desta responsabilidade.
ResponderExcluirAproveito o tema para fazer um convite a que os leitores deste Blog conheçam um trabalho que estou realizando e tem tudo a ver com educação e também com inclusão, tanto que logo após ler este texto, enviei um convite que pedi ao Dr Jorge Márcio para divulga-lo.
Trata-se de gratuidade para deficientes em um Workshop on line que estarei promovendo a partir do dia 12/07, onde vou ensinar os princípios básicos do processo de criação de um jogo de computador.
O site do evento pode ser acessado em www.levoai.com.br/workshop e espero estar a altura da responsabilidade que estou assumindo.
Um grande abraço a todos
Divino Leitão
Será que 616 BILHÕES (até o exato segundo do dia 07/07/2010) não é suficiente para os próprios brasileiros contratarem (com os impostos pagos por eles) profissionais competentes e capacitados para trabalharem como auxiliares aos alunos com quaisquer deficiências que necessitem de apoio específico para GARANTIR sua AUTONOMIA -após a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência ser EFETIVAMENTE cumprida, como emenda constitucional, garantindo obviamente ACESSIBILIDADE COMPLETA - em absolutamente TODAS as escolas públicas do país?
ResponderExcluirSerá que 'calei a boca' de todos com esta AFIRMAÇÃO??? Não é uma questão de como os educadores e os alunos com deficiência precisam AGIR, e sim, simplesmente, como a SOCIEDADE INTEIRA DEVE EXIGIR judicialmente os seus DIREITOS!!!!
Jorge fico impressionada com sua sabedoria e competência.
ResponderExcluirEnquanto gestores e políticos, profissionais da educação e a sociedade de uma maneira geral continuarem fechados dogmaticamente em suas opiniões e julgamentos preconceituosos, sem dar chance de conhecer o outro, não por sua deficiência, mas por suas potencialidades, competências e talentos, dificilmente teremos a verdadeira inclusão escolar. Precisamos todos juntos sensibilizar e conscientizar essa sociedade para essa questão. A única coisa que não podemos fazer é desistir. Isso nunca!
Gostei muito da sua indagação, “Vamos aprender a aprender como tirar as fraldas de nossos próprios modos inconscientes de restringir as potencialidades do Outro?” Isso serve para todos nós. Consciente ou inconscientemente, em algum momento, agimos dessa forma.
A partir do momento em que entramos nessa batalha, pela inclusão escolar, sabíamos da quantidade de lutas e entraves que teríamos pela frente. Acredito que cada um precisa fazer a sua parte com muita coragem, sabedoria, sinceridade, humanidade e exigência. E principalmente, acreditar no trabalho que tem feito. Você, meu amigo, tem feito tudo isso e muito mais.
Abraços!
CARO DIVINO
ResponderExcluirAgradeço seu comentário e mais ainda seu empenho em abrir a oportunidade de seu Workshop tornar-se um capacitador de pessoas com deficiencia no campo da informatica. Irei sim difundir o seu trabalho. um abraço e continue comentando e criando novos espaços para pessoas com deficiencia. um abraçodoce jorge marcio
CARA AMIGA LEANDRA
ResponderExcluira sua presença nos comentarios do Blog são muito importantes pois sempre acrescentam conhecimento e vivência pessoal quando as questões são de afirmar e reconhecer os DIREITOS das pessoas com deficiencia. Acho que ainda que o número seja o dos MILHÕES de sujeitos com deficiencia se manifestarem sobre os BILHÕES ainda assim há outros Milhões que ainda consideram a sua cidadania de segunda classe, por isso precisamos lembrar o ANO MACROPOLITICO em que nos encontramos. E lhe peço que como uma jornalista mantenha a sua chama crítica acesa e alerta, lembrando aos seus colegas da Midia a importancia desse momento. UM ABRAÇODOCE e comente mais ainda no blog e na vida para milhões de admiradores seus...
CARISSIMA VERA sempre eficiente e eficaz em seus comentários assim como no seu IMPORTANTE blog.
ResponderExcluirAgradeço mais uma vez seus elogios e sua compreensão afetuosa de minhas palavras e idéias, bem com a retransmissão delas em outros espaços, como o Blog Deficiente Ciente...Temos mesmo de lembrar que a inclusão precisa aprender a APRENDER a tirar as nossas fraldas sujas de preconceitos e estereotipos em relação a esse OUTRO da Diferença... um suaveedoceabraço jorge
De visita. Apreciei muito esta matéria. Não conhecia o caso com tantos detalhes.
ResponderExcluirMais uma vez obrigada por abrir o espaço do Defnet para os alagoanos.
Um abraço.
Rita
Olá,
ResponderExcluirMeu nome é Carolina Câmara, tenho 26 anos. Sou portadora de paralisia cerebral e me formei em Psicologia pela UNISA. Atualmente, faço especialização em Semiótica Psicanalítica na COGEAE-PUC-SP e supervisão com a psicanalista Suzana Maia. Tenho um blog recente (www.carolcam.bolgspot.com) onde conto um pouco da minha história e estou buscando oportunidades de trabalho, inclusive voluntário.
Meu interesse é o de contribuir como psicóloga, atuando na inclusão social de deficientes em atividades sociais gerais, por considerar importantíssimo para um desenvolvimento saudável dessa parcela da população a relação com outras pessoas comuns da mesma faixa etária. Já tive experiências semelhantes nos estágios proporcionados pela universidade com resultados satisfatórios.
Amei o seu blog..
Que absurdo as pessoas terem que usarem fraldas.. Eu sempre estudei em escolas dita "normal", nunca usei fraldas e tinha uma que uma pessoa que me acompanhava.
Um abraço.
A inclusão usa fraldas? Hoje me deparei com algo parecido...
ResponderExcluirNa verdade, vendo os índices do IDEB dá para entender tantas 'barbaridades'. Entender (ponto e vírgula), conformar, não (ponto e vírgula), lutar e não desanimar, sempre....
Vamos continuar trabalhando para tirar as fraldas da Educação Brasileira...
Não é possível sermos tão pequenos. Parabéns pelo seu texto, me tocou profundamente.
Abraços,
Ana Floripes
CARA CAROLINA
ResponderExcluirFico muito contente com sua mensagem e sua história de superação à condição de pessoa com deficiência, mais ainda pelo que pretende contribuir para desmitificar o que chamamos de paralisias cerebrais... Espero que muitos possam ver seu comentário e sua história também contagiar os que ainda submetem pessoas com paralisia cerebral à perda de autonomia. Mantenhase em contato e já lhe convidei para uma outra inclusão: o time dos amigos do meu blog e do meu coração. um doceabraçomeiodolorido jorge marcio
Te achei meu velho! tivemos uma breve convivência na sala do Defnet no Largo do Machado.
ResponderExcluirAnota aí meu blog: www.maiakowsky.blogspot.com
Onde está morando?
Forte abraço!
Eduardo Maia.
CARISSIMO AMIGO VELHO SEMPRE RENOVADO
ResponderExcluirJá visitei o seu blog com a rica vida de um enxadrista e um fiel amigo do DEFNET... estou morando em Campinas e hoje também integro o seu time: das pessoas com deficiencia... e fico grato por sua busca de velhos amigos. ME CONECTE COM SUA VIDA NOVAMENTE e vamos buscar juntos a nossa sonhada INCLUSÃO para além da EXCLUSÃO.
um doceabraço jorgemarcio@mpc.com.br
Caro Jorge!
ResponderExcluirAdorei o seu texto, parabéns! Também achei muito interessante a questão levantada pela prof.Regina, pois é um questionamento que aparece a todo o momento nas escolas onde há casos de inclusão. Realmente acho absurdo pensarem em colocar fraldas no deficiente, mas é necessário uma mudança radical para que o acesso seja real, assim como a contratação de auxiliares, que tenham condições físicas para desempenharem tal função. É humanamente impossível para uma pessoa de porte físico pequeno, auxiliar alguém bem maior, por mais que se tenha boa vontade.
Cara Zulmira
ResponderExcluirAgradeço seu comentário e sua observação sobre a questão levantada no processo de inclusão... mas há ainda outras questões importantes a serem discutidas e solucionadas, mas sempre pensando em aplicar o que há de afirmação da EDUCAÇÃO COMO UM DIREITO HUMANO, para todos e todas, com e sem deficiencia. um doceabraço jorge
Caríssimo Jorge,
ResponderExcluirvi seu site, aliás está em link com o meu, fiquei maravilhada com seus artigos e textos.
Sou professora, tenho deficiência física, (tive artrite aos 3 anos de idade e perdi muitos movimentos do corpo, mas não de alma)
Luto, escrevo, defendo uma EDUCAÇÃO PARA TODOS.
Desejo justiça social antes da caridade. Quando vejo perguntas como " quem terá a responsabilidade de levar ao banheiro?" Respondo. TODOS. Todos somos responsáveis por Todos. vivemos e vivamos ecossistemicamente. Somos uma teia, cada fio tem seu valor, primor, importância.
Bem, passe olhos amorosos e críticos em meus sites e sigamos em diálogos, dialéticos dialógicos, se assim desejar.
Abraço fraterno
Profª Maria Dolores Fortes Alves
http://www.mariadoloresfortes.com.br/
Doutoranda e Mestre em Educação pela PUC/SP;
Pedagogoga, Psicopedagoga, Escritora.
Pesquisadora ECOTRANSD e RIES.
Site profissional: http://www.edupsicotrans.net
Carissima Profª Maria Dolores
ResponderExcluirObrigado por seu estimulante comentário, é necessário que nós, os ativistas de direitos humanos e de uma escola publica, laica, de qualidade e aberta-acessível-bem sucedida para todos e todas sejam apoiados para esta combativa defesa, assim como de melhores condições para os educadores e trabalhadores da educação em todo Brasil... Vejo compartilha com meus ideais e minhas buscas de um outro mundo ecopoliticamente construído por todos nós. um abraçodoce dr jorge marcio
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ResponderExcluirPersonalmente opino que, si todos los webmasters y blogueros escribieran un
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Muy bien escrito!
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