quarta-feira, 26 de junho de 2013

FUNDAMENTALISMO, FASCISMO E INTOLERÂNCIA SÃO INCURÁVEIS? E OS GAYS?

Imagem publicada- uma foto de minha autoria, que denominei de uma Saudação ao Futuro? Primariamente colorida, transformada digitalmente em preto e branco, como nos Anos 60. Foi feita durante a manifestação popular aqui em Campinas, no dia 20 de junho de 2013. É o instante de um jovem com o braço erguido, com vários cartazes à sua volta, e se destacava um deles: Feliciano sai do armário. Há nesta foto, para mim, um movimento dos corpos que protestavam, indignados, na rua contra muitas das violências invisíveis a que todos e todas fomos e somos submetidos. Existe também nela uma reprodução de uma saudação com os punhos cerrados. Este gesto foi feito por negros, por brancos, por diferentes seres humanos. Teve a cada tempo uma simbologia. A que me ligou o olhar foi a que lembra os braços em ordem e progresso, alinhados e serializados dos tempos fascistas da nossa História ocidental. Ou será uma história acidental? Uma história repetitiva? ou um alerta para novos Fascismos?

Não dormi direito esta noite novamente, e acho isso vai continuar. Eu tive um motivo extra para minha insônia já cotidiana. Passei um tempo tentando usar as comunicações das redes sociais para levar um pouco de minhas reflexões. Podem dizer para que os meus leitores e leitoras tenham paciência, fôlego e persistência. Os temas acima me exigiram também emoções.

Ainda tento modificar e questionar a constatação de Bauman: “Nenhuma das explosões populares de protesto estimuladas pela Internet e eletronicamente ampliadas conseguiu remover os motivos da raiva e do desespero das pessoas”. Será?

Os discursos extremados e extremistas, que trouxeram um cheiro podre de golpe e de re-militarização da vida esses dias, me provocaram. Meu/nosso cartaz na manifestação era: “64 Nunca Mais – Direitos Humanos Sempre”!

Eis-me refletindo sobre a nossa força virtual ou presencial nestes dias de apaixonadas manifestações por todo o país. Por isso temos agora, após as suas espetacularizações, um momento impar de diálogo aberto com o que chamamos de Governo.

Temos a rara oportunidade de uma maior politização social, e, por conseguinte, do ato de esclarecer nossos concidadãos, brasileiros e brasileiras, sobre as midiatizações bem ou mal intencionadas. O momento é de combater e denunciar, principalmente, os atos de Intolerância e Terror Policial que foram, estão e podem sendo cometidos no país.

Disse concidadãos (ãs) para não usar o termo compatriota. O patriotismo já revela e revelou nos seus “ismos” recentes como os slogans fascistas nele podem se esconder. Lembre-se de cartazes ou faixas que dizem: -“Meu partido é o meu País”. Os fascistas gostam de homogeneidade e desaparecimento de qualquer manifestação de diferença.

Os criadores dos partidos Fascistas na Itália ou na Alemanha também utilizaram a ideia inicial do apartidarismo como forma de captura, por exemplo, dos desejos das massas italianas ou alemãs, principalmente os jovens. Depois propuseram a ideia do Partido único e hegemônico.

Por isso seus líderes máximos tiveram seu apogeu nos períodos de guerra na Europa, no início do Século XX. E arrastaram o Mundo e arrasam muitas massas. Na construção de seres matáveis e sacrificáveis, como no Holocausto, eliminaram muitos corpos considerados ou impuros eugenicamente ou inúteis.

Uma grande Onda, um Tsunami ideológico, conquistou e envolveu o “povo”. Essa massa humana, presa às inflações econômicas e éticas, tinha a crença de uma “nova” forma de populismo ultranacionalista.

Uma massa que se considerava uma verdadeira “floresta” em marcha, um exército a ser invencível, um grupo de eleitos por outra massa inflacionada que poderia “salvar” todo o mundo e dominá-lo.  Porém precisavam de culpados por suas falências.

Essas inflações, com várias origens, inclusive as crises monetárias, foram imputadas aos “diferentes”: fossem judeus ou comunistas, pessoas com deficiência ou homossexuais, ciganos ou dissidentes políticos, todos, ideologicamente, foram, cada grupo ao seu tempo, “incluídos no estigma de insetos nocivos para a Sociedade”. Tornaram-se o “mal” a ser eliminado.

Após a retomada de alguns textos importantes para nossas reflexões, e a análise mais detalhada das fotos que fiz no dia 20 de junho, no início da manifestação aqui em Campinas, amenizei as outras dores do meu corpo e mente conectados com as massas.

O título escolhido para este texto é uma provocação para a urgente compreensão das raízes subterrâneas, não rizomáticas, duras e nefastas que já estavam sendo plantadas contra esse movimento popular histórico. Não há mágicas para explicar essa explosão, esse “enxame humano” que está ocupando as ruas do Brasil. Há é gêneses políticas e socioeconômicas. Não são só os 20 centavos do MPL.

Reli e sugiro leitura urgente alguns capítulos do livro TEMPOS DE FASCISMOS. Lá há uma importante conceituação sobre a INTOLERÂNCIA. Este termo é transversal tanto para os Governadores, como Cabral ou Alkmin e outros, como para outros gestores, e, principalmente para o tipo de Polícias, repressões e Políticas que estão em ação no Brasil.

A INTOLERÂNCIA, em um importante glossário e dicionário construído na Itália, durante os ANOS FASCISTAS de Mussolini, em uma visão enciclopédica, é definida como sendo: “a atitude de quem, tanto na religião como na política, sente um apego tão forte às próprias ideias, opiniões, sentimentos, que não pode admitir de nenhuma maneira a MANIFESTAÇÃO de um pensamento diferente, ao qual, com base unicamente em tal deformidade nega qualquer validade...”.

O interessante e histórico é que esse verbete, que faz parte da Enciclopédia Italiana, criada à sombra do regime fascista entre 1929 e 1939, foi escrito por Alberto Pincherle, um professor judeu de história das religiões na Universidade de Roma, e depois na de Cagliari. Ele próprio sofreu perseguições e foi vítima da intolerância fascista. Foi afastado do mundo acadêmico em 1938. 

Foi excluído pelo decreto de expulsão de todas as “pessoas judias” da escola italiana de qualquer “grau ou ordem”. Por aqui essa perseguição, com muitos exilados, torturados ou presos, foi o mote dessa caça aos “professores comunistas” ou “vermelhos (simpatizantes de partidos de esquerda)” em muitos períodos da Ditadura Militar.

A definição de Pincherle tem o cuidado de esclarecer ainda mais esse mecanismo e atitude tão atravessador das histórias do mundo. Por negar qualquer validade a outras formas de pensamento é que os intolerantes: “... considera(m) também a polêmica apenas como um meio destinado a uma finalidade mais geral. Tal atitude nasce da convicção de possuir uma verdade absoluta e imutável, por isso a intolerância distingue-se também da intransigência, que é predominantemente de ordem prática...”.

Para um mundo que vem assistindo como diz Giorgio Agambem uma perpetuação do que ele denuncia: “... A tradição dos oprimidos nos ensina que o Estado de Exceção em que vivemos é na verdade uma regra geral. Precisamos construir um conceito e História que corresponda a essa verdade. Nesse momento, perceberemos que nossa tarefa é criar um verdadeiro Estado de Emergência”.

Porém o que estamos hoje, ouvindo, assistindo e promovendo é uma ‘urgência de outro Estado’, e os ‘golpistas’, aliados aos fundamentalistas, reivindicam o trono e a glória. Anunciam-se como donos da Verdade, não a da Comissão, como os arautos salvadores de um Brasil Novo, quiçá um Estado Novo remodelado.

E, para aplacar essas ondas e massas, com múltiplos interesses ou reivindicações, o Governo Federal e nossa Presidente se apressam na proposição de pactos e de um Plebiscito. Porém o que permanece claro para os indignados, agora mais provocados ainda, é que se associam os governistas hegemônicos, PT e aliados, com os que querem evangelizar o Planalto.

O protesto que se anuncia, quando os 20 centavos, a PEC 37 e um novo ordenamento político anti-corrupção se pronunciam, momentaneamente, solucionados, agora é pela luta contra a intolerância e fundamentalismo na recente aprovação da chamada “Cura Gay”.

E um ícone pastoral surge, novamente, para além dos cartazes e faixas como o novo “inimigo do povo” a ser derrotado. Porém corremos um risco aí da suposta ingerência do Executivo no Legislativo, que não se fez e nem se fará, e o Feliz sem ano continuará, mesmo a contragosto popular, “gerenciando” felicianamente os Direitos Humanos e as Minorias.

Por isso associei a não “cura” possível desses “males”: o fundamentalismo religioso e os fascismos. As suas raízes “pangenéticas”, ou seja, múltiplas, nascem, pelo que aprendemos da História, do próprio desejo das massas.

No verbete intolerância ainda podemos compreender melhor essa faceta, esse rosto de Jano dos intolerantes, fascistas e fundamentalistas. Para eles, como foi definido por Pincherle: “... A intolerância, em outros termos, pressupõe uma ortodoxia, ou seja, trata-se não somente de defender a verdade, mas impedir que os outros caiam em erro (acrescentaria o Pecado), considerado por si só pernicioso, aliás, o pior dos males, a ser evitado mesmo a custo de consequências gravíssimas.”

Foi essa a gravidade de uma sorrateira ação fundamentalista do Pastor. Foi e é nessa forma de intolerância que não deve ser apenas quanto às escolhas ou modos de vida sexual, que uma Comissão de “Direitos Humanos” alegou o direito de escolha para serem curados os que considerarem suas homossexualidades um “mal a ser curado”, mesmo que isso implique em uma nova forma de “castração psicológica” ou “arrependimento de um grave pecado”.

Caso não consigam entender como podem ser fascistantes estas perigosas ações dos fundamentalistas, reforço que eles/elas, muitas vezes investidos de nossos representantes, se outorgam ter, por Amor, a capacidade de escolher o que é melhor para os outros mortais. Basta que lembremos que suas palavras são meras repetições de suas Bíblias, suas afirmações são mais que ortodoxas, são dogmáticas. As suas bocas vociferam A VERDADE.

Por isso, não podemos cair na ‘pastorfobia’, na ‘deputadofobia’, na ‘políticofobia’. Não tenhamos essas arrogâncias ou “doenças” fascistantes. Estes, dessa lista, querem impor sua verdade, como vimos, e se tornam totalitaristas. Hoje se transmutam em utilitaristas já que muitos dos seus eleitores são apenas “consumidores” de suas pregações e convicções. E, muitos creem neles ou nelas.

Para fanáticos ou fascistas não há nem diversidade, nem diferença, somente uma identitária e ortodoxa igualdade... Vestem os mesmos uniformes, ternos ou longas saias encobridoras de desejos, aspiram purezas imaginadas em corpos doutrinados, marcharam no mesmo passo repetitivo e alienante.  

Por isso podem destruir com a mesma dureza quaisquer uns que lhes pareçam ser ameaça às suas verdades. São, porém mais sutis que os partidários de Mussolini. Os novos campos de exceção ou de doutrinamento primordiais foram montados em velhos cinemas. Lá já encontraram o palco e a tela. Os seguidores já sabiam previamente do Espetáculo.

Um espetáculo, na Alemanha , denominado Triunfo da Vontade, que uma cineasta alemã, Leni Rienfenstahl soube muito bem, em 1934, captar no e para o Nazismo. Apenas localizou e ampliou os ângulos de crescimento e força das massas nacional socialistas de Hitler. E, magistral e cinematograficamente, valorizou um gesto: Heil Hitler! E multidões, muito bem adestradas e serializadas, gritavam em uníssono em grandiosos cenários públicos, como o de Nuremberg.

Tomemos, portanto, cuidado ao erguermos nossas mãos. Podemos estar realizando o mesmo movimento, a mesma ONDA, os mesmos símbolos e as mesmas intolerâncias que Mussolini ou Hitler propunham para os Fascistas e os Nacionais Socialistas. 

Temos nas vivências mais simples a possibilidade de reproduzir esses tiranos, mesmo nas nossas mais microscópicas relações. Essas microfascistações estão no âmago dos seres humanos  ditos modernos e revolucionários.

Esse é, então, o mesmo cuidado e carinho que devemos ter ao buscar no movimento atual das multidões brasileiras. Não podemos generalizar ou simplificar. Há uma complexa engrenagem social, econômica e um grande Analisador Histórico em ação.

Não estamos nas barricadas da Comuna de Paris, em 1867, como no filme os Miseráveis, muito menos na Presidente Vargas de 1964. Só não podemos nos arvorar a reproduzi-las, pois já deveríamos ter aprendido algumas coisas, por exemplo, como são analisadoras essas lições das ruas e das “revoluções” populares do passado da Humanidade.

Os analisadores históricos são importantes para trazer à tona as partes submersas dos ‘parcialmente’ visíveis icebergs das sociedades. Ontem, antes de ontem e, quiçá, amanhã as mídias simplificaram e naturalizaram como Vandalismos as violências dos violentados. 

Ocorreram e ocorrerão exageros e depredações. Foram e serão reativas, assim como provocativas, a uma eficiente máquina policial repressora chamada de Choque. A mesma que troca a munição de borracha por chumbo grosso quando entra na “pacífica e higienizadora” tomada das favelas.

O cenário que se construiu, midiática e espetacularmente, aproximou-se do chamado Caos. Este caos de fumaças, bombas, lágrimas violentadas, corpos arrastados e outras violências visíveis e tele visíveis, forma anunciados como a antevéspera dos fins e dos apocalipses.

Eram, a meu ver, apenas resultantes dessas mútuas intolerâncias surgidas de confrontos políticos latentes. E do lado dito popular tenho minhas indagações certeiras sobre suas infiltrações fascistantes e direitistas. Os que se chamam de “carecas”, em outros confrontos, por exemplo, gostam desses exercícios de força e de lutas. Eis um exemplo de intolerância que se encaixa “perfeitamente” no conceito de Pincherle.

Esses, em suas homofobias e racismos múltiplos (de negros a judeus, passando por moradores de rua e gays), são um exemplo típico da violência intolerante. Lembremos que, recentemente, isso foi evidenciado pelos ataques a homossexuais por skinheads na Avenida Paulista e outros locais do Brasil. São, porém, apenas  a ponta minoritária do iceberg dos fanatismos políticos fascistas.

Os episódios dos Choques que foram e estão sendo explorados midiaticamente, geram falas endireitadas e perigosas, a ponto de termos de ouvir um SemAntena falar sobre a urgente “hora da revisão Constitucional” diante da “falta de política e de políticos honestos”. Hora da generalização e do sensacionalismo.

Outras redes de televisão exploram os diferentes focos de fogo ou insurgência popular, e, novamente os manifestantes tornam-se os porta-vozes de uma “urgente reforma política, com novas eleições”. 

E as redes sociais reproduzem até o pedido de Impeachment a la Collor. Começam dizendo que a marcha é “pacífica”, mas têm os vândalos infiltrados para provocar uma dura repressão. A energia desse “fogo” das ruas deverá ser aplacada.

Discursos competentes que reproduzem, a meu ver, também essas intolerâncias subjacentes e não visíveis dos atuais movimentos e manifestos. E o discurso “oficial”, vem dias depois, se associar a esta fala televisiva que nos distancia de uma real visão analítica implicada dos acontecimentos. 

Como acalmar os ânimos dos rebeldes? Como responder ao “clamor” dessas massas? Novos pacotes, novos acordos, novos pactos, novas leis, novos endurecimentos da governamentabilidade ameaçada?

Há como já escrevi, relembrando um texto de 25 anos atrás, a insurgência e a emergência dos rancores reprimidos contra o Estado de Exceção. É aí que corremos o risco do amor fanático à Cólera coletiva. E todos levam a mão ao peito, erguem o punho, e cantam emocionados o Hino Nacional. A que ou ao que estamos e estaremos saudando? Ou o que e quem esperamos salvar?

Surgem, portanto, nesse cenário de força criativa das multidões, dois caminhos possíveis: a despolitização dessas massas ou a sua hiperpolitização falsa ao lhe dar um caráter de totalidade de todo um “povo brasileiro”. 

Nem a aversão aos partidos e seus/nossos representantes como solução, nem a ideia e pensamento mágico de mudança utópica apenas pela nossa expressão massiva de opiniões e queixas do Estado e seu modelo democrático.  Há alguma forma de “cura” profilática ou higienizadora que dê conta dessas convulsões sociais?

Não podemos ter a pretensão totalitária de “curar” as atitudes dos que agora dizem ouvir as ‘vozes e clamores da multidão’.

Os manifestantes, segundo a Globo emitem “gritos de guerra”. Já estão gritando velhos e conhecidos refrãos pelos direitos civis. Todos dizem: , ARROZ E FEIJÃO! SAÚDE, EDUCAÇÃO. Porém a transversalidade do momento histórico nos revela que a descrença na política e nos políticos não se resolve de forma vertical e hierárquica.

“Eles” lá no PlanALTO  e nós sob os paralelepípedos, blocos de cimento ou asfalto das ruas intensificadas.

A história nos diz que, em 1968, quando éramos “os jovens”, ou apenas meninos e meninas sonhadores, sob as pavimentações das ruas estavam intensos e múltiplos sóis ou luas. Os novos tempos demonstram que há uma micropolítica emergente, milhares de intensidades se manifestando ao ar livre.  A Rocinha, que não é rural, só pede saneamento básico, saída para os esgotos que se derramam no mesmo mar do Leblon, no Rio de Janeiro.

Porém como já disse há a permanência de alguns fanáticos ou fascistas e suas intolerâncias que nos querem “manter engarrafados”, não apenas na Marginal como marginais ou periféricos.

Querem é nos asfixiar com suas “verdades” fundamentalistas. E, asfixiados por estas bombas e gases invisíveis deixarmos a indignação de lado. Então, novamente seduzidos pela Sociedade do Espetáculo e do Controle passarmos para o seu caminho endireitador e biopolítico de corpos em serialização.

Não se derrubaram Pinochets, Médicis, Videlas e outros generais fascistas e suas ditaduras apenas com a molecularidade revolucionária dispersa das ruas ocupadas. Elas foram, são e serão indispensáveis. Segundo Canetti as multidões tem como metáfora as fogueiras. E se o fogo for cívico ou tender para o fanatismo fará com que tenhamos o resultados históricos diferentes dessas labaredas das massas.

Escrevi hoje sobre um cidadão que resolveu quebrar a calçada de um órgão público, uma Secretaria da Saúde, para construir ali um direito por ser um cadeirante: uma rampa. Disse a respeito da matéria: “- um homem sozinho pode quebrar algumas ou muitas barreiras... entretanto, quando as gotas de água do Rio humano se unem e aglutinam podemos até transformá-las em cascatas, cachoeiras, TROMBAS D'ÁGUA, em ENCHENTES DE GENTES...”.

Vamos lembrar que um pequeno grupo de mães e avós, uma gota lúcida nas águas turvas da Ditadura Argentina, chamadas de “loucas”, as Madres e Abuelas de Mayo, conseguiram, também, denunciar e combater os desaparecimentos políticos da co-irmã ditadorial dos Anos 70. Mantêm sua roda em frente à Casa Rosada até este instante de hoje. Os fascismos e fanatismos em nós precisam de combate cotidiano e persistente.

Aprendemos que, mesmo denominada Las Locas, persistiram e não arredam os pés e lenços da sua vigília cívica na Plaza de Mayo.  Aqui no Brasil também já temos nossas Mães de Maio, lutam por, em e para Direitos Humanos. Também viram seus filhos serem assassinados.

 Nossas mães têm uma história que as motiva e alimenta como às argentinas, lutam, cotidianamente: “Em memória das 13 vítimas da Chacina da Maré e do jovem Jackson de Itacaré-BA (25/06/2013), das 3 vítimas da Favela Funerária (22/06/2013); das 8 vítimas da Baixada Santista (última semana) e demais vítimas da repressão em todo Brasil”.  Serão também chamadas de “malucas”, “loucas”, “doidas”?

Até quando estamos dispostos a manter nossas passeatas e manifestações para além do virtual, para contrariar algumas expectativas oficiais, para além das redes sociais ou dos outros modos de distanciamento do Outro e da política?

Não poderemos curar os pastores homofóbicos, se ficarmos imobilizados, pois seus corpos e mentes já foram ou se sentem salvos. Não há como dizer para eles que não existe essa Verdade absoluta e totalitária de um mundo só de seres totalmente idênticos e iguais. Muito menos lhes explicar o que significa e se enraíza neles de uma adoecida e envelhecida intolerância brutal.

Oportunamente, diante das manifestações que usam seu nome nas faixas e cartazes, o Infeliz Sem Ano, anuncia, provavelmente com seu cartel já instalado em Brasília, que “não existe cura gay, pois a homossexualidade não é uma doença”...

Porém, homossexuais, lésbicas, transexuais, travestis e outros desviantes sexuais, continuarão sendo alvo da intolerância, por pastores homofóbicos e seguidores, como uma “aberração” contra os princípios de uma verdade bíblica e dogmática. Estes cidadãos e cidadãs são “amaldiçoados”, e nós, os negros também nos incluímos aí...

Provavelmente irão, diante das iras populares incendiadas, que a mídia oficial chamou de “vândalos”, enterrar esse projeto que autoriza a chamada “cura gay”, com tratamentos psicológicos. Não dirão que há, no magma destas terapias, um passado de lobotomias, eletrochoques, experimentações médicas, castrações, tratamentos hormonais, trabalhos forçados, reconversão com uso de prostitutas, extermínio e campos de concentração.

A construção da Anormalidade sempre justificou medidas terapêuticas biopolíticas, panópticas, manicomiais, de isolamento social, repressivas e, se necessário, de eliminação dessas Vidas Nuas. Como recurso final, deveríamos internar compulsoriamente estes anormais?

Concluo, então, que os PASTORES FUNDAMENTALISTAS, RACISTAS E HOMOFÓBICOS, NÃO TÊM “CURA”, ASSIM COMO A INTOLERÂNCIA E O FASCISMO. Não podemos usar a sua lógica perversa e aética  para aplicar a eles a mesma terapêutica ou conversão.

Todos têm história, enraizamento, plateia, seguidores e formam outra “rede” ideológica, como uma cruzada, na qual querem “incluir” todo o MUNDO... E CONTINUAREMOS ASSIM, OS INFIÉIS, OS ÍNDIOS, SEM O DEUS DELES, MORTAIS E TERNAMENTE INCURÁVEIS.

Copyright/left jorgemarciopereiradeandrade 2013/2014/ ad infinitum, atualizado e revisto em 11 de janeiro 2023, após invasão do Congresso, Palácio do Planalto e STF por bolsonaristas insuflados por seu fascismo- Todos os direitos RESERVADOS (favor citar o autor e as fontes em republicações livres pela Internet e outros meios de comunicação de Massas)

Notícias na INTERNET conectadas no texto:



Tempos de NeoCura Gay - Terapia de Reversão Sexual incluiram Lobotomia, Choques e Castração, é desumano!

PARA OS QUE AINDA LEGITIMAM, usando inclusive a Constituição, o retorno a um passado de preconceito, eugenia e intolerância - recomendo a leitura de Triângulo Rosa — Um Homossexual no Campo de Concentração Nazista https://acervo.revistabula.com/posts/livros/triangulo-rosa-um-homossexual-no-campo-de-concentracao-nazista

Hoje(01/10/2011) na História: 1944 - Nazistas iniciam experiências de castração em gays nos campos de concentração https://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/15630/hoje+na+historia+1944++nazistas+iniciam+experiencias+de+castracao+em+gays+nos+campos+de+concentracao.shtml

Para quem não leu a HISTÓRIA E AS SUAS RAÍZES- Nazistas tentavam 'curar' gays com prostitutas e tratamento hormonal https://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2013/06/1297868-nazistas-tentavam-curar-gays-com-prostitutas-e-tratamento-hormonal.shtml


Resposta do Movimento Mães de Maio ao convite da Presidenta Dilma Rousseff para importante reunião! https://racismoambiental.net.br/2013/06/resposta-do-movimento-maes-de-maio-ao-convite-da-presidenta-dilma-rousseff-para-importante-reuniao/

LIVRO CITADO –

TEMPOS DE FASCISMOS – Ideologia – Intolerância – Imaginário – Maria Luiza Tucci Carneiro & Federico Croci (Orgs.) – Editora EDUSP, São Paulo, SP, 2010.

FILME citado no texto –
O TRIUNFO DA VONTADE (TRIUMPH DES WILLENS) – Leni Rienfenstahl – 1935 - DVD- Excertos do filme https://www.youtube.com/watch?v=KQxKvg_CDLQ

LEIAM TAMBÉM NO BLOG –


MOVIMENTOS, MASSAS, MANIFESTOS E HISTÓRIA: POR UMA MICROPOLÍTICA AMOROSA URGENTE 
A PRAÇA É DO POVO? AS RUAS SÃO DOS AUTOMÓVEIS E ÔNIBUS? E OS DIREITOS HUMANOS SÃO DE QUEM?

A TOLERÂNCIA É MAIS QUE UM BACALHAU NO MEU ARROZ COM FEIJÃO? – EM BUSCA DA EMPATIA, PARA ALÉM DA ANTIPATIA... https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/07/tolerancia-e-mais-que-um-bacalhau-no.html

A COREIA DO FANATISMO POLÍTICO E O FANATISMO RELIGIOSO DO PASTOR: ESTAMOS NO SÉCULO XXI?
https://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/04/a-coreia-do-fanatismo-politico-e-o.html

11 comentários:

  1. Siempre gracias querido JORGE por despertar la conciencia eliminando miedos y desvistiendo fantasmas.

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  2. Caro Jorge,

    belo texto. A disputa política, para o bem ou para o mal, está em aberto...agora, mais que nunca nos últimos anos.

    Grande abraço,
    Vinicius.

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  3. Obrigado Jorge por este texto maravilhoso,de uma conciênca profunda. Estou encantado,parabéns!

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  4. Caro Jorge, obrigado por me clarear com seu texto consciente, histórico e atual dos mecanismos de força e poder que abrangem a humanidade e todos os nossos dias! Um grande abraço, Fernando Franco

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    1. Querido e afetuoso Fernando
      estou lhe respondendo hoje porque a sua foto é sempre a primeira que aparece quando republico o texto nas redes sociais, e sempre aviso que é a imagem de uma pessoa amiga e aguerrida, que também luta e combate todos os preconceitos, fundamentalismos e ismos que possam agir contra nossas livres formas de pensar e viver... e inventar novas cartografias,novas suavidades... um doceabraço jorge márcio

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  5. Fiquei indignada, estarrecida com esse "desejo de projeto", me perdoe as palavras, mas senti necessidade de pensar alto pq confundem muito as palavras do meu estimado e respeitado Sigmund S. Freud. Vejamos um pouco para depois de fundamento, para depois querer ações milagrosas da psicologia, como se pudesse ser transferido para nós, em um passe de magica, todos os sonhos e vontades de uma pessoa que se intitula dono de projeto, cujo ator desse cenários são seres humanos distintos e dignos. dignos de respeito no mínimo e ao contrario do que pensam, psicologia não pode julgar, sentenciar e tão pouco mudar um comportamento. Onde ira parar a prepotência e arrogância do homem?
    Devo confessar aqui que: humilhar, desprezar, julgar, sentenciar, maldizer, ser grossa não faz parte de minha vida.
    Vamos la viajar com Freud, de forma muito resumida:

    Segundo Freud, a criança por volta dos 4 anos de idade, se encontra ligada libidinosamente a sua mãe. Édipo foi um homem grego que amou sua mãe, e é por isso que Freud deu este nome a esta etapa das nossas vidas. É um tanto quanto difícil imaginar uma criança de 4 ou 5 anos, simplesmente gamada em sua própria mãe, mas é mais ou menos isso que acontece com quase todas as pessoas, nessa idade. Se você observar uma criança desta idade, vai ver que ela é manhosa, vive no colo da mãe, e se alguém a tira de perto da mãe ela dá birra.

    Isso acontece também dentro de casa, com meninos e meninas, onde quem sofre com essa ‘paixonite’ pela mãe é o pai e os irmãos, que mal podem se aproximar. Logicamente, uma situação como essa numa família é insustentável, pois afinal, todos, inclusive o pai, querem estar perto da mãe. Pai e filho (as vezes irmão mais velho também) começam a travar uma disputa pela posse da mãe. Este conflito é normal, e acontece com todos nós como já havíamos citado anteriormente.

    Normalmente o pai vence, impõe limites à birra do filho, consegue “desgrudar” o filho da mãe. Há um sentimento de “rivalidade” com o pai. É um processo um tanto quanto longo, as vezes mais de 6 ou 12 meses. Com isso, o filho passa então a se ligar mais ao pai, e aos 6 – 7 anos ele já gosta de pescar ou jogar futebol junto com o pai, e já é todo ‘tiete’ do próprio pai.

    CONTINUA PQ TEM NUMERO DE CARACTERES

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  6. O que parece evidenciar do que foi dito acima é que a questão das “sexualidades desviantes” é um problema que está intimamente ligado a como o imaginário da cultura ocidental lida com a sexualidade. Em toda e qualquer cultura, boa parte da noção de “normal”, e de “patológico”, está em relação direta com o imaginário desta mesma cultura. Na cultura ocidental, é no imaginário judaico-cristão, cujas origens remontam aos mitos fundadores que o sustentam, que encontramos as bases daquilo que é considerado “normal” e, por conseguinte, “desvio”.

    Sem dúvida, um dos pontos de ruptura da teoria psicanalítica que até hoje, e talvez ainda por muito tempo, seja problemático para a cultura ocidental é a questão da sexualidade. À despeito de tanta “evolução”, a sexualidade continua a ser um grande tabu. Neste sentido, o texto de Freud (1889) A sexualidade na etiologia das neuroses escrito há mais de 100 anos é de uma atualidade desconcertante. Por outro lado, embora muito já tenha sido dito e escrito sobre o impacto produzido pela publicação dos Três ensaios, o assunto é geralmente debatido, já o dissemos, em relação às revolucionárias posições freudianas a respeito da sexualidade. Acreditamos, entretanto, que a ruptura mais importante trazida por este texto fundador ainda não foi suficientemente avaliada. Trata-se da desconstrução do imaginário judaico-cristão produzida pelos postulados freudianos (CECCARELLI, 2007).
    Nossas referências mais caras sobre a sexualidade, assim como nossas posições morais e éticas, são baseados no sistema de valores judaico-cristão que são historicamente construídos. Na cultura ocidental, estes valores funcionam como referências identitárias que organizam nosso cotidiano e explicam a origem do mundo e como ele deve funcionar segundo a vontade de Deus: eles são nossa mitologia. Baseado nessa mitologia, o desejo sexual espontâneo é prova e castigo do pecado original – a concupiscência: o homem é fruto do pecado – e a única forma de sexualidade aceita é a heterossexual.
    Partindo dessa ideia, como posso curar??? que direito tenho eu para isso? ou melhor: quem eu penso ser, capaz de mudar comportamento? realmente falta muito para isso acontecer, desculpe ter viajado aqui, mas não aceito esse desrespeito., nunca aceitei as maldades impostas e vividas. obrigada por vc escrever aqui no blog, abç

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  7. Ainda escrevendo pq não cabe tudo no mesmo espaço:

    O que se depreende da leitura desses textos, embora algumas ambigüidades existam, é que a homossexualidade é uma posição libidinal, uma orientação sexual, tão legítima quanto a heterossexualidade. Freud sustenta esta posição partindo do complexo de Édipo, fundado sobre a bissexualidade original, como referência central a partir da qual a chamada “escolha de objeto” ou “solução”, que acho mais adequado, vai se constituir. Esta escolha, que não depende do sexo do objeto, é a base dos investimentos futuros. Uma vez que os investimentos libidinais homossexuais estão presentes, ainda que no inconsciente, de todos os serem humanos desde o início da vida, Freud opõe-se

    com o máximo de decisão, que se destaquem os homossexuais, colocando-os como um grupo à parte do resto da humanidade, como possuidores de características especiais (…). Ao contrário, a psicanálise considera que a escolha de um objeto, independentemente de seu sexo – que recai igualmente em objetos femininos e masculinos –, tal como ocorre na infância, nos estágios primitivos da sociedade e nos primeiros períodos da história, é a base original da qual, como conseqüência da restrição num ou noutro sentido, se desenvolvem tanto os tipos normais quanto os invertidos (1905, p. 146).

    Como conseqüência, continua Freud na mesma frase,

    do ponto de vista da psicanálise, o interesse sexual exclusivo do homens por mulheres também constitui um problema que precisa ser elucidado, pois não é fato evidente em si mesmo, baseado em uma atração afinal de natureza química (p. 146).

    Anos mais tarde, precisamente em 1920, Freud deixa ainda mais clara sua posição em relação à homossexualidade:

    Não compete à psicanálise solucionar o problema do homossexualismo. Ela deve contentar-se com revelar os mecanismos psíquicos que culminaram na determinação da escolha de objeto, e remontar os caminhos que levam deles até as disposições pulsionais.

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  8. Quase terminando:

    Não tenho como grifar ou colorir esse trecho fundamental:

    Não compete à psicanálise solucionar o problema do homossexualismo. Ela deve contentar-se com revelar os mecanismos psíquicos que culminaram na determinação da escolha de objeto, e remontar os caminhos que levam deles até as disposições pulsionais (1920, p. 211).

    FINALIZANDO PORTANTO :

    ALEM DO QUE FOI ESCRITO EM CIMA, tanto a homossexualidade quanto a heterossexualidade são destinos pulsionais ligados a resoluções edipianas.
    A base da argumentação de Freud está na visão completamente nova e revolucionária que ele dará à noção de psicossexualidade. No texto de referência sobre o tema, Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud afirma que, no ser humano, a pulsão sexual não tem objeto fixo, ou seja, ela não está atrelada ao instinto como nos animais. Ao contrário, o objeto da pulsão é diversificado, anárquico, plural e parcial; exprime-se de várias formas: oral, anal, escopofílica, vocal, sádica, masoquista, dentre outras. Com isto, Freud divorcia a sexualidade de uma estreita relação com os órgãos sexuais, passando a considerá-la como uma função abrangente em que o prazer é sua finalidade principal, e a reprodução uma meta secundária. Além disto, ao postular que a sexualidade vai além dos órgãos genitais, Freud leva “as atividades sexuais das crianças e dos pervertidos para o mesmo âmbito que o dos adultos normais.
    a homossexualidade não é algo a ser tratado nos tribunais. (…) Eu tenho a firme convicção que os homossexuais não devem ser tratados como doentes, pois uma tal orientação não é uma doença. Isto nos obrigaria a qualificar como doentes um grande números de pensadores que admiramos justamente em razão de sua saúde mental (…). Os homossexuais não são pessoas doentes (1903 apud Menahen, 2003, p. 14).

    A homossexualidade não é, certamente, nenhuma vantagem, mas não é nada de que se tenha de envergonhar; nenhum vício, nenhuma degradação, não pode ser classificada como doença; nós a consideramos como uma variação da função sexual (Jones, 1979, p. 739).
    A homossexualidade não é, certamente, nenhuma vantagem, mas não é nada de que se tenha de envergonhar; nenhum vício, nenhuma degradação, não pode ser classificada como doença; nós a consideramos como uma variação da função sexual (Jones, 1979, p. 739).

    Assim: agora sim!!!!

    A homossexualidade não é, certamente, nenhuma vantagem, mas não é nada de que se tenha de envergonhar; nenhum vício, nenhuma degradação, não pode ser classificada como doença; nós a consideramos como uma variação da função sexual (Jones, 1979, p. 739).


    Mas Freud logo adverte: se a homossexualidade é representada como um mistério, isso também deveria caber à heterossexualidade. Para ele há de se perguntar pela gênese tanto de uma quanto de outra. Pois para a psicanálise todos nascemos, vamos assim dizer, “bissexuais”. A orientação originária é a bissexualidade. A monossexualidade, seja ela hetero ou homo, só se dá com o decorrer do desenvolvimento. Neste sentido, psicanalítico, nascemos bissexuais e aprendemos a ser hetero ou homo.

    PRONTO!!!! PENSEI MTOOOOOOO OBRIGADA E BOA NOITE

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    1. Querida ANNA
      Obrigado por lembrar dos conceitos freudianos, que à sua época e contexto, pensando os conservadorismos, inclusive religiosos, já era ''progressista'' e provocante. A busca de uma ''definição'' para todos os nossos comportamentos, relações e afetos é trans-histórica, por isso necessitamos continuar nos insurgindo contra todas as formas de discriminação, preconceito, despolitização, psicologização ou medicalização dos corpos e de suas pluralidades/multiplicidades. UM DOCEABRAÇO e continue escrevendo o que sentir/pensar por aqui. jorge marcio

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  9. Bela reflexão de pessoas que ainda pensam fora do quadrado! Abs

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